Nem mesmo as marcas de receitas básicas têm oferta nos estoques da UBS de Campo Grande
Uma das obrigações básicas no campo de responsabilidades do poder publico é cumprir as atribuições que lhe competem por lei. E quando estas atribuições são mal cumpridas ou sequer executadas, instala-se no âmbito da gestão publica o câncer da irresponsabilidade.
É o que está ocorrendo em setores essenciais de Campo Grande que não recebem a devida atenção da Prefeitura Municipal. No caso do sistema publico de saúde, o caos que parecia ter chegado ao seu limite piora a cada dia. Os mais diversos problemas denunciados pela população e noticiados na imprensa continuam sem solução.
Nas unidades de saúde, além de fatos absurdos como a demora no atendimento e a falta de aparelhos de refrigerador para guardar as vacinas, agora são os estoques vazios da farmácia básica. Não há medicamentos disponíveis até para as receitas mais comuns, como o Ibuprofeno e o Dipirona.
Parece mentira, mas é a realidade: na Capital do estado o povo que depende do SUS está precisando muitas vezes tirar do próprio bolso para pagar por remédios que o SUS disponibiliza às prefeituras. É o que contam pacientes da UBS do Nova Bahia, dizendo-se obrigados a fazer longas e demoradas procuras por outras unidades e, sem sucesso, caem na conta das compras farmacêuticas.
ABSURDOS
Uma moradora da região levou seu bebê para ser atendida e saiu com a receite para pegar o Dipirona. Surpresa: a atendente disse que nem aquela e nem outras farmácias tinham o remédio. Foi obrigada a desfalcar as suas economias e comprou o medicamento. Caso semelhante ocorreu com outra paciente, que recebeu uma receita de remédios, alguns marcados a caneta com a letra “F”, de falta.
Piores ainda são situações como a que viveram pacientes do SUS em janeiro, quando encontraram fechadas as portas da farmácia da UBS 26 de Agosto. Um trabalhador foi apanhar uma medicação e recebeu a informação que a farmácia estava fechada porque a farmacêutica encontrava-se de férias. Ele precisava, com urgência, de amitriptilina e omeprazol, remédios de uso controlado. Detalhe: tudo isto na maior cidade de Mato Grosso do Sul, cuja prefeita quer mais quatro anos no poder.
As unidades básicas de saúde na Capital: farmácias sem remédio e até sem funcionar Reprodução