Candidatos ao Magistério da Capital denunciam erros absurdos de Português e possíveis violações do edital
Realizado no dia 04 deste mês, o concurso para vagas de professores e professoras da Rede Municipal de Ensino (Reme) está sendo oficialmente questionado. Candidatos que encontraram várias irregularidades nas provas entraram com reclamação junto à Defensoria Pública da União (DPU) para apurar e tomar as providências necessárias.
Iniciativa da Prefeitura de Campo Grande, o concurso foi elaborado e realizado pelo Instituto Avalia, do Paraná. Contudo, sua execução sofreu uma avaliação das mais negativas, segundo constatou o vereador Professor Juari (PSDB) ao ser procurado por candidatos revoltados, munidos de documentos que comprovam as denúncias. Os reclamantes exigem correção das provas com base no edital, como nos dispositivos que trata dos cotistas.
O grupo insiste em providências contra à má-qualidade na elaboração da prova. Segundo informações levadas a Juari, havia questões nas provas com erros crassos de Português. “Além disso, existe um fundado temor na homologação dos resultados produzidos num contento irregular em diversos aspectos”, frisou o parlamentar. Juari, que assumiu o encaminhamento das queixas à DPU, é o presidente da Comissão de Educação e Desporto da Câmara Municipal.
“Precisando contratar 2,7 mil novos professores, a prefeita faz um concurso para preencher 323 vagas”
ANULAÇÃO
Juari já se reuniu com o defensor Vinicius Sant’Ana Rissato. “Como se trata de uma questão relacionada à prefeitura, ele nos sugeriu um contato com a Defensoria Pública Estadual, o que iremos fazer, caso o Instituto Avalia não tome as providências para cumprir o que estabelece o edital no que diz respeito aos recursos dos cotistas”, disse Juari.
Os erros de português nas provas aplicadas também foram duramente criticados. O vereador defende a anulação das questões mal elaboradas que prejudicaram os concorrentes. Ele responsabiliza a prefeita Adriane Lopes (PP). “Mesmo sabendo da necessidade de contratar cerca de 2,7 mil novos professores, ela fez um concurso para preencher apenas 323 vagas. O número é bem inferior à real necessidade, pois o certame mais recente para a contratação de professores aconteceu há sete anos.
MEDIDA INÓCUA
O Sindicato dos Professores (ACP) informa que a Reme trabalha atualmente com 7.600 educadores, dos quais 4.900 efetivos e 2.700 convocados em contratos de trabalho temporários. O total de concursados (323) é apenas 12% de um déficit que já está na conta de 2.700 professores. Os educadores que serão nomeados após o concurso vão custar até R$ 1,2 milhão por mês, levando-se em conta salário médio de R$ 3,8 mil pago hoje aos que cumprem carga de trabalho de 20 horas.
Das vagas em disputa, 82 são para professor de educação infantil; 120 para professor de ensino fundamental; 84 para professor de arte; 10 para professor de educação física; 5 para professor de língua inglesa; 5 para professor de língua portuguesa; 5 para professor de matemática; 4 para professor de geografia; 4 para professor de história e 4 para professor de ciências.