Jaime Verruck: “A exploração mineral sustentável é crucial para o futuro do Estado e do Brasil”
A queda do nível de navegabiliade em alguns trechos da Hidrovia Paraná-Paraguai nos últimos anos fez com que a maior parte do volume de cargas, sobretudo minérios, fosse deslocada para as BRs 262 e 276. Estes são os corredores rodoviários para o escoamento de produtos que saem dos terminais portuários de Corumbá e Porto Murtinho com destino aos mercados interno e externo, que engloba vizinhos da América Latina, principalmente o Paraguai, o Uruguai e a Argentina.
Em 2022, a Hidrovia do Rio Paraguai em Mato Grosso do Sul transportou 3,9 milhões de toneladas de minério, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Depois vêm a soja (300 mil toneladas), o açúcar (20 mil), o ferro e o aço (10 mil). De julho a setembro de 2023, o transporte de carga por vias interiores no país foi de 33.79 milhões de toneladas, um recorde histórico do terceiro trimestre no Brasil.
Mais uma vez o maior destaque no transporte por vias interiores é a região Hidrográfica Amazônica, que transportou 20,27 milhões de toneladas no terceiro trimestre do ano passado, uma variação positiva de 5,6% em relação ao mesmo período de 2022. A região hidrográfica foi responsável ainda por mais da metade de todo o transporte feito por vias interiores durante este período.
No entanto, o principal destaque percentual ao longo deste período foi a região hidrográfica do Paraguai, com crescimento de 71,4% (mais de 2,1 milhões de toneladas transportadas). Na região hidrográfica do Tocantins-Araguaia, responsável por pouco mais de um terço de todo o transporte do período, foram transportadas 12,8 milhões de toneladas, um aumento de 0,5%.
ARRECADAÇÃO – Com este cenário, Mato Grosso do Sul já é o sétimo maior contribuinte do Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) no Brasil. Vale ressaltar o aumento da extração de ferro e manganês em Corumbá e Ladário nos últimos cinco anos pelas empresas MCR, Vetria, MPP e A3 Mineração. No período, o Estado arrecadou com R$ 309 milhões em CFEM.
Segundo o engenheiro Eduardo Pereira, coordenador de Mineração e Gás da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), as riquezas naturais colocam o Estado em condições diferenciadas. “Temos reservas gigantescas e de classe mundial, de minerais essenciais, entre eles o ferro, o manganês, fosfatos, calcários e dolomitos. Além disso, Mato Grosso do Sul é rico em argilas, areias, cascalhos, filitos, folhelho, rochas ornamentais, mármores e basaltos, amplamente utilizados na construção civil e na indústria de cimento”, explicou.
Por sua vez, o secretário Jaime Verruck, da Semadesc, destaca os critérios de eficiência para a sustentabilidade na exploração mineral, com “práticas inteligentes que minimizam impactos ambientais, promovem a justiça social e impulsionam o desenvolvimento econômico”. Verruck diz que isto inclui a restauração de áreas mineradas e o uso mais adequado de recursos, garantindo que as comunidades locais se beneficiem da mineração. “A exploração mineral sustentável é crucial para o futuro do Estado e do Brasil”, arremata.