Último colocado, Delcídio pode ter conhecido a pá de cal em sua triste trajetória na vida pública
Dos dias de glória como senador e homem dos mais influentes do País a uma participação medíocre nas eleições em Corumbá, a sua cidade natal, Delcídio do Amaral (PRD) deve ter sentido neste pleito a amarga experiência de quem vê sua trajetória chegar a um fim melancólico. No isolamento político do buraco que ele próprio cavou, teve que assistir a festa da vitória dos candidatos do PSB, Dr. Gabriel, o prefeito eleito, e Bia Cavassa (PSDB), a vice.
A consagração sonhada pelo ex-figurão – que teve seu mandato de senador cassado pelo Senado por unanimidade – foi saboreada por Gabriel e seus aliados, entre os quais um dos engenheiros da aliança política que construiu seu triunfo, o deputado estadual Paulo Duarte (PSB). Ele e o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) costuraram o entendimento que levou Gabriel para o PSB e garantiu Bia na vice.
Candidato da coligação “União por Corumbá”, o médico Gabriel de Oliveira, 42, não viu ninguém à sua frente. Fechou a contagem com 28.934 sufrágios, ou 56,74% dos válidos e 17.735 votos de diferença para Luiz Antônio Pardal (PP), candidato do prefeito Marcelo Iunes. Em terceiro lugar ficou o candidato André Campos (PL) com 5.944 votos, enquanto Delcídio não foi além de minguados 5.043 votos.
Dr. Gabriel é médico obstetra, casado e pai de 3 três filhos. Em 2016 foi eleito vereador pelo MDB com a maior votação. Em 2020 concorreu a prefeitura pelo PSD e saiu em terceiro lugar. Em 2022 concorreu a uma vaga na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul pelo MDB, teve 9448 votos e não foi eleito. Seu pai, o médico Oséas Ohara de Oliveira, foi vice-prefeito de Ricardo Cândia (1993-96) e em 2008 foi o vereador mais votado de Corumbá. A sua mãe, Solange Alves de Oliveira, também foi vereadora.