Rinaldo fez questão de enfatizar que não se trata de uma questão política, mas de humanidade
Durante a sessão ordinária da quinta-feira (19), o deputado estadual Professor Rinaldo (Podemos) fez uso da palavra para criticar a qualidade dos serviços de saúde prestados pela rede pública em Campo Grande. O parlamentar denunciou lotação no Hospital Universitário (HU) e a existência de grandes filas para cirurgias eletivas e exames médicos.
“Na fila há 10 anos, uma senhora que aguardava cirurgia no quadril acabou falecendo. A saúde está um caos na Capital e, infelizmente, não há uma reação da Prefeitura Municipal, muito pelo contrário, diminuiu quase pela metade o repasse ao HU. Com R$ 400 mil a menos no orçamento, o hospital está superlotado”, disse.
Rinaldo fez questão de enfatizar que não se trata de uma questão política, mas de humanidade. “No Bairro Zé Pereira, conheci uma pessoa que aguarda há anos um exame de endoscopia. Com gastrite, ela pode ver a doença evoluir, podendo se tornar uma úlcera e até um câncer. No Bairro Teruel, uma jovem com hérnia, espera há três anos a cirurgia. A situação é grave”, relatou.
Pedro Kemp (PT) também demostrou preocupação. “Uma senhora diagnosticada com a ‘doença do pombo’ está há bastante tempo aguardando um medicamento no valor de R$ 25 mil. A enfermidade atinge os pulmões e os problemas vão se agravando, podendo levar a óbito. Ela procurou a Defensoria Pública e teve decisão favorável. Até agora a Prefeitura não comprou o medicamento, alegando que tem 60 dias para cumprir a ordem judicial”, afirmou.
Felipe Orro (PSD), vice-presidente da Comissão de Saúde, e o deputado Lidio Lopes (Patriotas) explicaram que a situação se agravou por conta da pandemia da Covid-19, que impôs grande sobrecarga ao sistema de saúde. Segundo eles, a partir de março de 2020, com o objetivo de priorizar os recursos assistenciais ao atendimento dos casos do novo coronavírus, consultas e procedimentos cirúrgicos eletivos foram suspensos conforme a situação epidemiológica da cidade.