Ex-prefeito confessou ter traído a esposa quando estava no poder e o cargo era a arma da sedução
O ex-vereador, ex-deputado estadual, ex-prefeito e advogado Marcos Marcelo Trad, o Marquinhos, festeja o despacho da juíza Eucélia Moreira Cassal que desqualificou, por ilicitude, provas periciais em dois aparelhos celulares utilizados como provas contra ele. Denunciado por casos de abuso sexual contra ao menos sete mulheres, Marquinhos não tem porque fazer festa –, pois não resistiu à pressão da opinião pública, dos depoimentos das mulheres abusadas, da reprodução de telefonemas e decidiu confessar que traiu a esposa mais de uma vez quando exercia o cargo.
As denúncias começaram a pipocar logo após Marquinhos renunciar à prefeitura e iniciar a caminhada como pré-candidato a governador. Uma mulher contou que ela e outras foram assediadas por ele, admitindo ter cedido favores sexuais em troca de vantagens pessoais. No início, ele negou enfaticamente. Entretanto, outras mulheres entraram em cena com o mesmo enredo, dando detalhes – muitos deles picantes – sobre como era o “modus operandi” do prefeito galã.
Marquinhos começou a campanha com uma boa pontuação e tinha a perspectiva de chegar ao segundo turno. Todavia, não suportou o peso das denúncias e da revelação dos diálogos captados nas conversas por celular com as vítimas. Para diminuir o impacto das acusações em sua campanha, decidiu abrir o jogo e admitir o adultério, negando, no entanto, ter usado o poder político para seduzir ou chantagear em troca de sexo. Apesar disso, seu nome despencou no ranking das intenções de voto e acabou humilhado nas urnas com um sexto lugar.
QUEBRA DE SIGILO
Em dezembro de 2022, a juíza Eucélia pediu a quebra de sigilo de dados de Marquinhos e em março de 2023 a decisão foi contestada pelos advogados do ex-prefeito no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. A defesa dele entrou com recurso, que foi indeferido. Assim, a perícia passou a focalizar somente os diálogos entre Marquinhos e as mulheres nas redes sociais. Agora, a magistrada considerou ilícita a prova pericial produzida.
A euforia de Marquinhos – é pré-candidato a vereador pelo União Brasil – se dá porque a juíza anulou a análise nos celulares e excluiu os seus resultados como provas do processo. Para lembrar: Marquinhos Trad havia sido denunciado por crimes de assédio sexual, importunação sexual e favorecimento à prostituição. Segundo a petição do promotor de Justiça Alexandre Pinto Capiberibe Saldanha, o ex-prefeito teria praticado os crimes contra sete mulheres.