Perda de apoio dos tucanos, denúncias de corrupção e isolamento de candidatura complicam chapa governista em Corumbá
Se continuar assim, só restará ao prefeito Marcelo Iunes (PSDB) a força da máquina (prefeitura) como fator mais competitivo para enfrentar a disputa sucessória em Corumbá. Esta é uma das avaliações que hoje ganham terreno nas rodas de conversa política no município, diante das dificuldades que desafiam o projeto do gestor local para fazer o sucessor, seu compadre e ex-secretário de Governo, Luiz Antônio Pardal.
Ao não conseguir convencer o PSDB a aceitar o seu candidato, Iunes lançou Pardal no PL. Ficou, então, sem o suporte diferenciado das duas mais fortes lideranças tucanas no Estado, o ex-governador Reinaldo Azambuja e o governador Eduardo Riedel. Em articulação de Azambuja com o deputado estadual e ex-prefeito Paulo Duarte (PSB), os dois partidos ajustaram a chapa, com o médico ex-vereador Dr. Gabriel para prefeito e a ex-deputada federal tucana Bia Cavassa para vice.
DOR-DE-CABEÇA
Com este cenário, importantes forças políticas e eleitorais da cidade que poderiam estar no palanque de Pardal resolveram seguir a “dobradinha” PSB-PSDB. O princípio de isolamento abriu uma rota de crescimento, que se agiganta com o desgaste causado na imagem do prefeito pelas denúncias e investigações de corrupção homologadas pelo MPE (Ministério Público Estadual). Recentemente, uma delas incrementou a dor-de-cabeça de Iunes.
O prefeito viu-se impelido a fechar um acordo com o MPE: para se ver livre de uma ação civil pública de ressarcimento aos cofres públicos por ganhos indevidos da verba de gabinete quando era vereador, assumiu pagar aos cofres municipais uma quantia de R$ 48.798,69. Homologado pela juíza Luiza Vieira Sá de Figueiredo, da Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Corumbá, a sentença foi publicada pelo Diário da Justiça na última segunda-feira (15).
Iunes e outros vereadores da legislatura 2009-12 foram denunciados por enriquecimento ilícito. Segundo o MPE, utilizaram sem comprovação de gastos a verba indenizatória paga pela Câmara para reembolsar despesas já autorizadas. No trecho relativo a Iunes, o MPE frisa: “Destaca-se dos valores supracitados que durante o ano 2012 o requerido Marcelo recebeu 15 verbas de gabinete para ressarcimento de despesa, o que viola o intervalo de tempo (mensal) para concessão da verba indenizatória estabelecido pela Resolução, pois, conforme consabido um ano somente possui 12 meses”.