De político derrotado a empresários do ramo agropecuários foram listados pelas forças de segurança do Estado e polícias Federal e Rodoviária Federal como integrantes do grupo de manifestantes que estão acampados há mais de 17 dias em frente ao Comando Militar do Oeste (CMO) em Campo Grande.
Além de identificadas as lideranças as forças de segurança também catalogaram mais de 563 veículos dos manifestantes em todo o Estado. Esse relatório foi encaminhado para o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e ele que vai decidir se os envolvidos serão multados ou receberam alguma penalidade.
O relatório da Secretaria estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) mostra nome, placa, endereço e alguns até fotos dos veículos durante os atos. Na lista mostra mais de 100 veículos, dos quais 30 não caminhonetes – Hilux, S10, Triton, F-250, além de veículos de luxo como um Jaguar XF 2.0 Luxuri, BMW X4 Mercedes C-180, e até uma Ferrari 355.
No relatório, além dos documentos com nomes dos organizadores, proprietários dos veículos também consta boletins de ocorrência dentre eles um de destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas protetoras de mangue.
A primeira da lista é a médica e candidata a deputada federal derrotada nas últimas eleições, Sirlei Fautino Ratier, 74 anos, do PP. Ela está a frente dos protestos. Comanda o espaço localizado no Bairro São Francisco que chama-se “QG do Bolsonaro”.
Também estão entre os chefões dos protestos bolsonaristas a ex-assessora de Soraya Thronicke e candidata derrotada nas últimas eleições, Juliana Gaioso Pontes, 49 anos; o comerciante varejista Julio Augusto Gomes Nunes, 54 anos; o ex-prefeito de Costa Rica e fazendeiro Waldeli dos Santos Rosa, 62 anos; o produtor rural Germano Francisco Bellan, 72 anos; o pecuarista e ex-presidente do Sindicato Rural de São Gabriel do Oeste, Rene Miranda Alves, 56; e o pecuarista Renato Nascimento Oliveira, 71 anos; o Renato Merem, que é um dos poucos proprietários de uma Ferrari em Mato Grosso do Sul.
No dia 1 de novembro, o ministro Alexandre de Moraes determinou que todos os veículos participantes da manifestação sejam identificados e que seja aplicada a multa horária de R$ 100 mil aos proprietários dos veículos, bem como às pessoas que incorrem no descumprimento da decisão, comprovado apoio material (logístico e financeiro) às pessoas e veículos que permanecem em locais públicos.