Ex-senador fica sem outro braço partidário na tentativa de disputar a prefeitura de Corumbá
Se estava almejando um grande arco de alianças partidárias para disputar a prefeitura de Corumbá, o ex-senador Delcídio Amaral (PRD) terá que mudar esta pretensão e reduzi-la. É que a Justiça Eleitoral, em decisão que atende recurso da direção nacional do PT, proibiu o partido de apoiar a candidatura de Delcídio.
Os petistas corumbaenses estão divididos entre um trio de chapas adversárias, mas Delcídio sonhava ficar com uma parcela do partido que se manifestou a seu favor. No entanto, impulsionados pelo que aconteceu no período de “caça às bruxas” da Operação Lava Jato, os dirigentes nacionais do PT estabeleceram que não dariam qualquer apoio a Delcídio.
Na época senador, Delcídio reforçou o coro de delações que queriam e conseguiram enquadrar Lula no processo que levou até à sua prisão. Mas ao ser apurada a real participação do político corumbaense no caso, quando foi acusado de obstrução da Justiça, o Senado votou por unanimidade pela cassação de seu mandato.
Agora, impedido de ficar com o PT, o ex-senador também está no centro de questionamentos sobre seus direitos políticos. Tem nas mãos a absolvição da condenação que sofreu na Justiça Comum, o que poderia garantir-lhe o direito de disputar eleições. Porém, ainda carrega o peso da punição congressual que cassou seu mandato. Há quem entenda que só com a cassação anulada se restabelece plenamente o direito político.
Tenha êxito ou não na inscrição de sua candidatura, o ex-senador cai num redemoinho que pode significar um melancólico final de trajetória na vida pública. Sabe que ainda não conseguiu decolar na disputa sucessória e que a ameaça de isolamento paira sobre sua cabeça.