Rejeitado no União Brasil, ex-prefeito filia-se pela porta dos fundos e faz pré-candidato renunciar a cargo da direção
O deputado estadual Lucas de Lima já não está mais na presidência do PDT de Campo Grande. Pré-candidato à prefeitura, ele também cogita abrir mão deste projeto. Sua reação é apoiada por lideranças e pré-candidatos à Câmara de Vereadores, revoltados com a filiação do ex-prefeito Marquinhos Trad, imposta pela Executiva Nacional, que responde pelo diretório local enquanto durar o processo de intervenção decretado em 2023.
Ao jornal “Correio do Estado”, o deputado explicou que o partido fez uma reunião de pré-candidatos à vereança com a presença de Marquinhos, sem avisá-lo. “Não fui consultado, nem convidado. Por causa desta postura, apresentei a minha carta de renúncia à presidência do diretório municipal e à vice-presidência estadual”.
A reação de Lucas de Lima repercutiu e teve eco nas bases partidárias. Um grupo de mulheres trabalhistas que estão inscritas para disputar vagas na Câmara também ameaça até sair do partido. Elas sentem-se feridas pelo fato de a direção pedetista ignorar o quanto se sentiram humilhadas quando o ex-prefeito, em 2022, admitiu ter abusado de mulheres, prometendo empregos em troca de favores sexuais.
DA ESTACA ZERO
Processado pelo crime e réu confesso, enquanto não for atingido por eventual condenação judicial, Marquinhos pode disputar cargo eletivo. Ele quer voltar da estaca zero, onde começou sua história: na Câmara Municipal de vereadores. Para isso, precisa cumprir um tortuoso e complexo roteiro. Em princípio, saiu de um PSD que havia destruído com fracassos de gestor e de candidato ao governo.
O passo seguinte, abrigar-se em outra legenda, foi mais difícil. Andou cortejando diferentes agremiações, sem encontrar receptividade, inclusive sendo rejeitado pela militância do União Brasil. Por fim, descobriu a saída: o PDT municipal, sob intervenção superior, veio a calhar. E com o empurrão da Executiva Nacional conseguiu entrar no PDT. Pela porta dos fundos.