Beto assegura gestão planejada e transparente, mas acabará com disparidade salarial e desperdício de recursos
Uma cidade cujo orçamento anual é de R$ 6,5 bilhões e não oferece remédios básicos, nem ambulâncias, para quem precisa do serviço público de saúde, precisa de um choque de gestão. Esta é a forma como o deputado federal Beto Pereira (PSDB) avaliou a situação de Campo Grande, ao ter o seu nome lançado para pré-candidato, na sexta-feira, 28, em um grande ato político.
Entre os fatores que deram à Capital essa triste realidade, ele citou a falta de planejamento, que gera improvisos e desperdícios; o descaminho de finalidades; a má-gestão financeira; e o uso do poder político para fins eleitoreiros, como a criação de super-salários para os apadrinhados. “Os super-salários chegam a R$ 200 mil por mês, tem R$ 1 bilhão em obras inacabadas, a saúde não funciona, mesmo com orçamento anual de R$ 2 bilhões”, descreveu.
No entanto, Beto enfatizou que seu compromisso maior é apontar as soluções. “A falta de planejamento e o improviso são tão nocivos quanto a corrupção”, disse. “Mas não podemos achar normal ter gente na prefeitura ganhando 200 mil, 100 mil por mês. São os amigos do rei. A prefeitura é para servir ao povo, zelar pelos impostos que paga”.
Segundo Beto Pereira, mesmo tendo repasses de R$ 1 bilhão para investimentos, várias obras essenciais seguem sem solução, como o Centro de Belas Artes, a revitalização da Avenida Ernesto Geisel, postos de saúde, escolas municipais de educação infantil, o porto seco. “É dinheiro do povo que está indo pelo ralo, sendo drenado todos os dias”.
NA CONTRAMÃO
“A mudança não é só na palavra, deve ser na prática”, afirmou. “A Capital está na contramão do Estado. Não é aceitável ver Mato Grosso do Sul crescendo todos os dias e a Capital encolhendo, diminuindo, ficando para trás”, comparou. Completou o raciocínio ressaltando a absoluta falta de estímulos a investidores que querem abrir seus negócios em Campo Grande, contudo não encontram a estrutura adequada.
Beto foi categórico ao destacar a importância decisiva de Reinaldo Azambuja para sua campanha, assim como o governador Eduardo Riedel, o senador Nelsinho Trad, o ex-prefeito André Puccinelli e as bancadas federal, estadual e municipal. “Temos, com os partidos aliados, o melhor time entrando em campo para fazer uma disputa limpa, propositiva, leal e democrática”, concluiu.
Beto Pereira, 46, está sem seu segundo mandato de deputado federal (2019-26). Antes, foi prefeito de Terenos em duas gestões, de 2005 a 2012, e deputado estadual (2015-19). Também presidiu a Assomasul (Associação dos Municípios). É um dos parlamentares mais produtivos na alocação de verbas federais para Campo Grande.