Em três dos cinco maiores municípios, presença do ex-governador é trunfo de chapas oposicionistas
Dos cinco maiores municípios de Mato Grosso do Sul, só em Três Lagoas e Ponta Porã, com Ângelo Guerreiro e Eduardo Campos, o PSDB não tem o comando do Executivo. Já em Campo Grande e Dourados, o partido sonha quebrar o tabu e fazer seu primeiro prefeito, enquanto em Corumbá o objetivo é remover da gestão um ex-tucano que desandou e substituí-lo por uma renovadora composição de forças com o PSB e outros aliados.
Para pavimentar a avenida que consideram ideal na busca desses objetivos, o PSDB e as forças aliadas contam com um fator que já está fazendo a diferença nesta pré-campanha: o ex-governador e presidente regional do partido, Reinaldo Azambuja. Durante todo o processo que antecedeu as convenções, sua presença foi registrada com manifestações calorosas e confiantes dos apoiadores.
Além da credibilidade conquistada com seu estilo de governar e fazer política com transparência, Reinaldo Azambuja liderou em âmbitos local e nacional a arregimentação de forças que dão hoje ao partido uma condição mais competitiva que em eleições anteriores. Em Campo Grande, além de conduzir a formação de uma grande aliança conquistando o MDB e o PSB, entre outros, trouxe o ex-presidente Jair Bolsonaro e o PL para a coligação do PSDB Cidadania, do MDB, PL e do PSD, vitaminando a candidatura do candidato tucano Beto Pereira.
DOURADOS
Assim como na capital crescem nas pesquisas as intenções de voto para Beto Pereira, em Dourados o candidato tucano Marçal Filho lidera as consultas realizadas desde que começou a pré-campanha. Ele filiou-se ao PSDB em articulação timoneada pelo ex-governador. E Azambuja – em parceria com o governador Eduardo Riedel -, adicionou também mais dois reforços maiúsculos para este palanque: o vice-governador José Carlos Barbosinha (PSD) e o exército bolsonarista.
O PL douradense entrou na disputa com uma candidatura própria, a da empresária Gianni Nogueira, esposa do deputado federal Rodolfo Nogueira. No meio da semana, a reviravolta: Gianni anunciou a retirada de sua pré-candidatura. O motivo: o entendimento entre Azambuja e o ex-presidente, sacramentado pelo presidente nacional do PL, Waldemar da Costa Neto. Esta engenharia política fortaleceu a coligação de Marçal e intensificou o otimismo tucano.
CORUMBÁ
Os eleitores corumbaenses protagonizarão um dos confrontos mais interessantes no páreo sucessório. De um lado, o prefeito Marcelo Iunes quer conservar o domínio na gestão da cidade; de outro, o médico e ex-vereador Gabriel de Oliveira, o Dr Gabriel, representando a expectativa de mudança. Já reeleito e sem crédito no partido que o elegeu, o PSDB, Iunes lançou o seu compadre e ex-secretário de Governo, Luiz Antônio Pardal. Para isso, teve que afastar-se do ninho tucano e enfiar o apadrinhado no PP.
O poder financeiro e operacional de uma prefeitura que tem a quarta maior arrecadação dos municípios do Estado, sugeria o sucesso da proposta de continuísmo, apesar do desgaste de Iunes, alvo de suspeitas, processos e denúncias de corrupção. Esta perspectiva vem desabando fragorosamente, em virtude de fatores, entre eles o acendimento de uma luz de renovação, com o nome do Dr Gabriel (PSB), e o impacto político diferenciado nas articulações e nas presenças de Azambuja e do deputado estadual Paulo Duarte para a montagem da chapa.
Com os dois dirigentes – Duarte preside o Diretório Regional do PSB – a candidatura de Gabriel evoluiu e ficou ainda mais encorpada quando cristalizou a aliança com o PSDB, partido da ex-primeira-dama e ex-deputada federal Bia Cavassa. Ela é a vice escolhida para a chapa, um encaminhamento que deu aos parceiros da aliança uma firme e renovada motivação. Para os dois candidatos, a jornada já começa vitoriosa, com o impulso dos apoiadores e a liderança de Azambuja e Duarte na campanha.