Polícia diz que dois dos crimes foram cometidos nos últimos 15 dias; um terceiro, no ano passado
Câmeras de segurança na região central de Campo Grande flagraram José Carlos Santana, o “Maníaco do Parque das Nações Indígenas”, abordando ao menos duas das três mulheres que o denunciam por estupro e tentativa.
Investigações apontam que ele voltou a cometer o mesmo crime que o levou à prisão, em 2007, dois anos após ser solto. Uma das vítimas, conforme a Polícia Civil, é uma adolescente.
Em depoimento, a menina contou que conseguiu escapar do estuprador ao sair correndo e entrar em uma casa. Vídeo mostra o criminoso perseguindo a adolescente.
Conforme a delegada Analu Lacerda Ferraz, José Carlos agia de forma similar em todos os ataques, escolhendo a vítima sempre de forma aleatória.
“Ela atuava cedo, pela manhã, abordava o pessoal que estava saindo para o trabalho, fingia que estava falando no celular, abordava as vítimas fazendo menção que estava armado, que estava com faca, e cometia o crime. Ele não monitorava as vítimas, não escolhia, não planejava”, explicou.
Em outro caso filmado, este no dia 22 de setembro, o Maníaco do Parque abordou uma mulher em trecho da avenida Afonso Pena, quase esquina com a rua Bahia. Foi por volta das 7 da manhã.
“Este estupro foi o ponto inicial da investigação, onde, falando ao celular, um homem teria se aproximado da vítima. As câmeras nos mostram isso, ele aborda a vítima, leva para dentro do veículo, onde pratica atos sexuais, crime de estupro”, revelou a titular da Deam, Elaine Cristina Ishiki Benicasa.
O carro usado pelo estuprador foi encontrado, apreendido e passará por perícia. Ainda segundo a policia, o crime durou cerca de 20 minutos.
Sem receio
De acordo com Analu, mesmo após cumprir 14 anos de prisão por estupros cometidos nos anos 2000, na região do Parque das Nações Indígenas, e ainda ser preso suspeito de ao menos três novos casos, o criminoso demonstra muita calma.
“Ele diz que não se controla, não sabe dizer porque faz isso. Há relatos de que ele ficava rezando, orando o tempo todo, ‘é algo inexplicável’, segundo ele.
Agora, a polícia quer saber se crimes semelhantes, denunciados, porém, que estão sem autoria, foram cometidos por José Carlos. Inclusive, como o preso afirma que também estava atuando como motorista de aplicativo, investigação apura se ele fez vítimas durante o trabalho.
Ele também é suspeito de ter feito vítimas na Espanha, em 2007, quando foi preso.
A prisão
Segundo as delegadas, apesar de morar em Campo Grande, José Carlos foi preso em uma chácara em Terenos, a cerca de 17 km da capital.
É na cidade que o estuprador mantém um lava a jato. Inclusive, é com o uniforme usado para trabalhar que ele aparece nas imagens gravadas por câmeras de segurança, em todos as abordagens filmadas.
A logo na camiseta também ajudou a polícia a identificar o criminoso. Ele também estava com o uniforme no momento da prisão.
“Percebe-se que ele não tinha cuidado de ser pego pelas câmeras, de usar as mesmas roupas, não fazia questão de se esconder”, destacou Benicasa.
O mandado de prisão contra o maníaco foi cumprido durante a Operação Incubus, deflagrada na segunda-feira (2) e que continua nesta terça (3).