A prisão do suspeito é um passo importante, mas é fundamental que ele seja julgado e condenado de acordo com a lei, para que a justiça seja feita e sirva como exemplo para outros casos
A notícia da prisão de um homem suspeito de espancar e estuprar sua companheira em Mato Grosso do Sul, mesmo estando em outro estado, Ariston Corrêa, de 24 anos, evidencia a gravidade da violência contra a mulher e a necessidade de ações mais eficazes para combater esse crime.
O fato do crime ter ocorrido em MS e a prisão ter sido realizada em outro demonstra em MT da violência contra a mulher, exigindo uma cooperação entre os estados para garantir a segurança das vítimas.
A violência doméstica geralmente segue um padrão cíclico, com fases de tensão, agressão e lua de mel. A prisão do agressor pode interromper o ciclo, mas é fundamental oferecer suporte à vítima para que ela possa romper definitivamente com o ciclo da violência.
A prisão do suspeito é um passo importante, mas é fundamental que ele seja julgado e condenado de acordo com a lei, para que a justiça seja feita e sirva como exemplo para outros casos.
É importante lembrar que os casos de violência doméstica são subnotificados, ou seja, muitas mulheres não denunciam seus agressores por medo, vergonha ou dependência financeira.
O autor estava foragido deste o começo do ano. A vítima expôs durante a reportagem que está em paz com a prisão do abusador. Estou aliviada em saber que ele está preso e, por isso não sinto mais medo de nada”. Na madrugada do dia 24 de fevereiro para 25, a diarista foi espancada, estuprada e mantida em cárcere privado sob ameaças do namorado.
Ela relatou que conheceu o suspeito pela internet e há dois meses teve um relacionamento com ele. “No começo ele era amoroso e eu não desconfiava que ele já tinha 14 passagens pela polícia por vários crimes, inclusive, por estupro de vulnerável e violência doméstica. Tudo começou na sexta-feira (23), quando o pai do meu filho foi à minha casa o buscar e ele ficou com ciúmes. No sábado (24), eu saí para trabalhar e quando cheguei, ele já tinha tomado duas latinhas de cerveja e estava um pouco alterado”.
“Por volta das 17h, minha filha foi à minha casa e, em seguida, ele saiu para buscar mais bebida. Depois que ela foi embora, ele veio tirar satisfação sobre a minha motocicleta que estava com uma peça estragada. Eu pedi para ele parar de brigar, mas ele continuou a dizer que ‘você não cuida nem das suas coisas, como vai cuidar das minhas?’.
Já por volta das 20, ele começou a ficar alterado e partiu para cima de mim. Começou a me bater, colocou o joelho na minha garganta e fez com que eu perdesse à voz, pegou um punhal, me deu um, mata leão e foi quando eu consegui quebrar o objeto. Quando eu quebrei a lâmina, ele disse que iria me matar. Ele cortou meu supercílio, me estuprou e durante os abusos cuspia no meu rosto”, relembrou a vítima.
Segundo a diarista, durante as agressões, o suspeito ainda chegou a fazer uma ligação por chamada de vídeo para a mãe dele dizendo que ele iria mata-lá e ainda dizia que ela merecia ser agredida, pois, iria ensinar ela a respeitar homem. “Ele desligou e mesmo assim ele não parava de me bater, mesmo a mãe dele implorando para ele parar. ‘Eu vou te deixar cega, você nunca mais vai olhar para outro homem’, ele dizia no momento do espancamento”. A vítima disse que tentou se defender ao máximo possível para conseguir contar a história dela.
Já durante a madrugada, a vítima explicou para reportagem que foi obrigada a dormir com ele na cama. “Eu tentei levantar algumas vezes, mas ele acordava. Foi quando eu pedi para ir ao banheiro, ele foi junto comigo, mas esqueceu o punhal que caiu no chão no quarto. Quando retornamos para o cômodo, consegui esconder o punhal, pois, estava sentindo que ele ia me matar. Na manhã de domingo (25), eu pedi para ele ir embora e disse que não denunciaria. Ele foi embora levando meu celular, pulei o muro e consegui pedir ajuda da vizinha. Foi quando a minha filha foi para minha casa e me levou para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e, em seguida, fui transferida para Santa Casa”, contou a vítima de violência doméstica.
De acordo com a mulher, ela descobriu que o suspeito tinha passagens pela polícia após relatar os fatos à delegacia. Ele possui uma extensa ficha criminal pelos crimes de estupro de vulnerável, tráfico de drogas e violência doméstica. Além disso, tem uma filha de apenas 6 anos com a ex-esposa que também era agredida por ele. Após o crime, ele fugiu e até o momento não foi localizado. A equipe Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) foi quem investigou o caso.