Câmara de Vereadores põe em tela atrasos, desconforto e até a demora na instalação de bebedouros
Uma denúncia do vereador Ronilço Guerreiro (Podemos) levantou novamente um debate que os campo-grandenses desejam retomar com apoio da Câmara Municipal e demais instituições atuantes na defesa dos direitos dos usuários do transporte coletivo e demais consumidores. Mesmo com o Legislativo em período de recesso, na quarta-feira, 3, o vereador trouxe uma das muitas denúncias que tratam o caos no sistema: a demora na instalação de bebedouros nos terminais.
Há quase dois meses a empresa que comercializa esses equipamentos anunciou sua instalação. Entretanto, ficou apenas neste anúncio. Apesar das altíssimas temperaturas, as concessionárias do sistema não se mexem para resolver este e outros problemas. O forte calor reforça a série de castigos que massacram os passageiros, como a falta de pontos de parada suficientes e de ar condicionado nos veículos, frota judiada, demora, congestionamento nas horas de pico e tarifa incompatível com a baixa qualidade dos serviços.
A aguardada instalação dos bebedouros de água nos terminais de ônibus de Campo Grande continua sendo um tema de frustração para a população, mesmo quase dois meses após o anúncio da empresa responsável pela aquisição cobranças à prefeitura e à empresa contratada. O vereador expressou sua indignação diante da demora, especialmente em um momento de ondas de calor extremo.
O vereador pediu explicações dos responsáveis diversas vezes e não obteve a resposta que os usuários esperam. A prefeitura tinha anunciado em novembro do ano passado a compra de nove bebedouros industriais de aço e inox. A empresa que vendeu os equipamentos entrou em cena prometendo sua instalação imediata. No ato seguinte, saiu de cena. Diante disso, Ronilço Guerreiro decidiu vistoriar todas as instalações e ficou indignado.
PALAVRAS NO VAZIO
“A minha função é fiscalizar, é cobrar. Estou cumprindo o meu papel. Toda semana dizem que os bebedouros estão chegando. Contudo, o tempo passa, a população sofrendo a cada dia com um calor cruel e as palavras dos responsáveis continuam no vazio”, enfatizou. Guerreiro recebeu uma explicação da Harmonia Serviços Administrativos Ltda, escolhida para aquisição dos equipamentos.
Na mensagem, a empresa alega que a demora ocorre por problemas no paradeiro da encomenda e questões da transportadora. “É um absurdo”, protestou. Interessante é que, com alicerce legal, a compra dos produtos foi feita sem a necessidade de licitação. O motivo: valor abaixo do teto de um pregão. O desembolso foi de R$ 23.679,00 e cada equipamento custou R$ 2.631,00.
Depois de checar o funcionamento dos terminais, o vereador ficou ainda mais revoltado com o que viu e ouviu dos usuários. “Os ônibus já não contam com ar condicionado e os terminais ainda não têm água gelada. Fui avaliar e, sem brincadeira, em algumas torneiras dava pra tomar chimarrão, de tão quente estava a água”, comparou.