Milhões em espécie e arsenal de armas, a face oculta da Operação Ultima Ratio
A Operação Ultima Ratio, deflagrada pela Polícia Federal para investigar um esquema de corrupção no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul, revelou um acúmulo de riqueza impressionante nas mãos de um dos desembargadores alvos da investigação. Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, os agentes federais encontraram R$ 2,7 milhões em espécie na residência do magistrado.
O dinheiro, em notas de R$ 50, R$ 100 e R$ 200, além de dólares, estava escondido em maços e praticamente preenchia a mesa de vidro de um dos cômodos da casa. Além do dinheiro, a polícia também apreendeu um arsenal de armas, incluindo revólveres, pistolas e espingardas.
A descoberta do dinheiro e das armas levanta ainda mais suspeitas sobre o envolvimento do desembargador em um esquema de corrupção que envolve a venda de sentenças para favorecer determinados escritórios de advocacia. As investigações apontam para um esquema milionário, com a participação de advogados, filhos de desembargadores e até mesmo de magistrados aposentados.
A Operação Ultima Ratio, que é um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, iniciada em 2021, investiga a prática de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de documentos. Os investigadores identificaram situações em que magistrados responsáveis por decisões já haviam sido sócios de advogados das partes interessadas nos processos.
A descoberta do dinheiro e das armas na casa do desembargador demonstra a dimensão do esquema de corrupção que está sendo investigado. A operação causou grande repercussão na sociedade e abalou a confiança da população no Poder Judiciário.
As investigações da Operação Ultima Ratio estão em curso e devem se aprofundar nas próximas semanas. A Polícia Federal e o Ministério Público Estadual trabalharão em conjunto para desvendar todos os detalhes do esquema criminoso e identificar outros envolvidos.
Os magistrados afastados terão direito à defesa e poderão apresentar suas versões dos fatos. O processo judicial deve se arrastar por alguns anos, mas as investigações já demonstram a gravidade da situação e a necessidade de uma reforma profunda no sistema judiciário de Mato Grosso do Sul.