O responsável pela distribuidora foi preso em flagrante por crime contra as relações de consumo. Após pagar fiança de R$ 30 mil, ele responderá ao processo em liberdade
Em uma ação conjunta realizada na tarde de quarta-feira (10), na Rua Tordesilhas, na Vila Silvia Regina, em Campo Grande, fiscais da Vigilância Sanitária, do Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) e policiais da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) apreenderam quase 10 toneladas de carne vencida. O responsável pela distribuidora, um homem de 36 anos, foi preso em flagrante e pagou fiança no valor de R$ 30 mil.
Aos policiais e fiscais, uma funcionária contou que parte das carnes vem do Paraguai, outra parte, de vários frigoríficos do Brasil.
Questionado sobre os produtos vencidos, o gerente, que afirmou estar há 40 dias no cargo, disse que seriam ‘devolvidos’ para os frigoríficos de origem para descarte, mas não apresentou notas fiscais de devolução.
A operação foi desencadeada após uma denúncia anônima informar que o estabelecimento comercializava carnes vencidas para a produção de charque. Ao chegarem ao local, os fiscais se depararam com um cenário alarmante: três câmaras frias abarrotadas de carnes bovinas e suínas resfriadas a vácuo, todas com datas de validade vencidas.
Questionados sobre o destino das carnes, os responsáveis pelo local alegaram que os produtos seriam devolvidos aos frigoríficos de origem para descarte. No entanto, não apresentaram nenhuma documentação fiscal que comprovasse essa devolução. Além disso, durante a inspeção, os fiscais constataram sinais claros de deterioração nos produtos, incluindo odor alterado, presença de microbolhas e corpos estranhos.
As investigações revelaram que as carnes vencidas, mesmo em estado impróprio para o consumo, seriam utilizadas na produção de charque em Londrina, no Paraná, e comercializadas como produtos congelados. Um veterinário do Iagro presente na ação alertou para os graves riscos à saúde que o consumo desses alimentos poderia causar, como intoxicação alimentar, náuseas, vômitos e diarreias.
Diante das irregularidades encontradas, todo o material apreendido foi incinerado. O responsável pela distribuidora foi preso em flagrante por crime contra as relações de consumo. Após pagar fiança de R$ 30 mil, ele responderá ao processo em liberdade, mas está proibido de se ausentar da cidade por mais de 8 dias sem autorização judicial.
Essa operação conjunta demonstra o compromisso das autoridades em garantir a segurança alimentar da população e combater práticas ilegais que colocam em risco a saúde pública. A apreensão de grande quantidade de carne vencida e a prisão do responsável servem como um alerta para empresas que insistem em comercializar produtos impróprios para o consumo.
É importante que os consumidores fiquem atentos à procedência dos alimentos que compram e evitem produtos com embalagens danificadas ou com datas de validade vencidas. Em caso de dúvidas ou suspeitas de irregularidades, denúncias podem ser feitas aos órgãos de fiscalização competentes.
Ações conjuntas como essa, que reúnem diferentes órgãos de fiscalização, demonstram a importância da cooperação entre as autoridades para combater crimes contra a saúde pública e garantir o bem-estar da população.
O responsável pela distribuidora responderá por seus crimes na esfera judicial. É fundamental que a justiça seja feita e que casos como esse sirvam de exemplo para inibir práticas ilegais que colocam em risco a saúde pública.
A apreensão de quase 10 toneladas de carne vencida em Campo Grande serve como um lembrete da importância da vigilância e da fiscalização para garantir a segurança alimentar da população. É fundamental que os consumidores fiquem atentos à procedência dos alimentos que compram e que as autoridades competentes continuem atuando de forma rigorosa para combater práticas ilegais que coloquem em risco a saúde pública.