As investigações da Senad apontam que Silvero, aproveitando-se de sua posição na polícia, monitorou os movimentos das equipes policiais e, em seguida, ligou para o traficante, alertando-o sobre a operação
A fronteira entre o Brasil e o Paraguai, há muito tempo um ponto estratégico para o tráfico de drogas, foi palco de um novo escândalo. Nesta sexta-feira (27), o policial paraguaio Cristino Silvero foi preso, acusado de trair sua função e auxiliar na fuga de Ismael Obregón Chena, o “Turco”, chefe de uma poderosa organização criminosa que opera na região.
A prisão de Silvero ocorreu em sua residência, localizada em Karapa’i, a poucos quilômetros de Coronel Sapucaia (MS). As investigações da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) revelaram que o policial, durante a Operação Turc no dia 17 de abril, alertou o traficante sobre a iminente chegada das equipes policiais, permitindo sua fuga.
A Operação Turc tinha como objetivo desmantelar um esquema de produção de “maconha vip”, destinada ao mercado brasileiro. Durante a ação, diversos integrantes da organização criminosa foram presos, mas o “Turco” conseguiu escapar graças à informação privilegiada.
As investigações da Senad apontam que Silvero, aproveitando-se de sua posição na polícia, monitorou os movimentos das equipes policiais e, em seguida, ligou para o traficante, alertando-o sobre a operação. Essa ação criminosa demonstra a profunda infiltração do crime organizado nas forças de segurança paraguaias e a fragilidade do sistema de combate ao tráfico de drogas na região.
A prisão do policial gerou grande repercussão no Paraguai e no Brasil, expondo a fragilidade das fronteiras e a necessidade de uma maior cooperação entre os dois países para combater o crime organizado. A fuga de Ismael Obregón Chena representa um grande desafio para as autoridades, que agora intensificam as buscas para localizar e prender o traficante.