Incêndios criminosos, grilagem de terras e exploração ilegal de pastagens eram a rotina de uma organização criminosa que agia no coração do Pantanal
A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta sexta-feira (20) a Operação Prometeu contra os crimes de incêndio e exploração ilegal de terras da União na região de Corumbá, a mais de 400 km de Campo Grande.
As investigações revelaram um esquema criminoso altamente organizado, que atuava há anos na região. A quadrilha utilizava técnicas sofisticadas para iniciar e propagar incêndios, facilitando a ocupação ilegal de terras e a exploração econômica da área. A perícia da Polícia Federal estimou em mais de R$ 220 milhões os danos causados ao meio ambiente, um valor que demonstra a dimensão do crime.
A utilização do fogo era uma ferramenta fundamental para a quadrilha, que utilizava a técnica do “queimado” para expandir suas áreas de atuação e eliminar a vegetação nativa.
A quadrilha falsificava documentos e invadia terras públicas, transformando-as em propriedades particulares.
A área ocupada ilegalmente era utilizada para a criação de gado em larga escala, o que gerava um grande impacto ambiental e econômico.
Os crimes ambientais praticados pela quadrilha causaram danos irreparáveis ao Pantanal. A destruição da vegetação nativa, a morte de animais e a poluição dos rios são apenas algumas das consequências desse crime ambiental. Além disso, a fragmentação do habitat coloca em risco a sobrevivência de diversas espécies da fauna e da flora pantaneira.
A devastação do Pantanal não afeta apenas o meio ambiente, mas também a sociedade como um todo. A perda da biodiversidade, a redução da qualidade de vida e a intensificação de conflitos sociais são algumas das consequências desse crime. As comunidades tradicionais que vivem na região são as mais afetadas, perdendo seus meios de subsistência e enfrentando ameaças à sua cultura e identidade.
A Operação Prometeu representa um importante passo na luta contra o crime ambiental no Brasil. A ação conjunta da Polícia Federal, do Ibama e da Iagro resultou na prisão de diversos membros da quadrilha e na apreensão de materiais e equipamentos utilizados nos crimes.