Paraguai, Colômbia e Bolívia eram os principais destinos dos valores “lavados”
A Operação Alcaçaria, deflagrada pela Polícia Federal, revela um esquema de lavagem de dinheiro de proporções significativas, com ramificações em diversos estados brasileiros e países da América do Sul. A organização criminosa, com a ajuda de contadores e empresas de fachada, conseguiu dissimular bilhões de reais provenientes do tráfico de drogas e armas.
Paraguai, Colômbia e Bolívia eram os principais destinos dos valores “lavados”. Nesses países, os criptoativos eram convertidos em dólares para o pagamento de fornecedores de drogas e armas, demonstrando a internacionalização do crime organizado.
Contadores tiveram um papel fundamental na criação e gestão de empresas de fachada, que serviam como fachada para legalizar os recursos ilícitos. Essa prática é comum em esquemas de lavagem de dinheiro, pois confere uma aparência de legalidade às operações financeiras.
Os recursos ilícitos eram utilizados para a aquisição de bens de luxo, como imóveis em Itapema, e para o pagamento de serviços de alto custo, como cirurgias em hospitais de São Paulo. Essa diversificação demonstra a sofisticação do esquema e a capacidade da organização criminosa de reinvestir os recursos obtidos com o crime.
A organização criminosa utilizava uma estrutura complexa de empresas de fachada, distribuídas em três camadas, para dificultar o rastreamento dos recursos. Essa estratégia é comum em esquemas de lavagem de dinheiro e exige um grande esforço investigativo para desvendá-la.
O volume de recursos movimentados é impressionante, com cerca de R$ 1 bilhão depositados em espécie em um período de três anos. Esse valor demonstra a escala do crime organizado envolvido no esquema. Duas ordens judiciais são cumpridas em Campo Grande e três cidades no interior do Estado.