Ouvido na 1ª Delegacia de Polícia Civil após se apresentar nesta quinta-feira (16), o policial reformado José Roberto de Souza relatou que o homicídio de Antônio Caetano, de 67 anos, não foi premeditado. O homicídio aconteceu na segunda-feira (13), no Procon, em Campo Grande.
Autodefesa e racismo são algumas das alegações apresentadas pela defesa do policial militar aposentado para tentar justificar o assassinato do empresário. A versão foi explicada pelo advogado do suspeito, José Roberto da Rosa, na tarde esta quinta-feira (16).
O PM reformado se apresentou na 1ª Delegacia de Polícia Civil, de Campo Grande, nesta quinta-feira (16) e confessou o crime. De acordo com o delegado Antônio Souza Ribas Júnior, o suspeito falou em depoimento que o homicídio não foi premeditado.
“Sentia que a vítima estaria destratando ele, tratando de forma desrespeitosa”, comentou o delegado. Ainda segundo o delegado, o militar reformado se mostrou calmo durante o depoimento. “Ele não alega que foi premeditado”, afirmou o delegado. A princípio, o militar confirmou que andava armado, sendo que não teria levado a arma propositalmente.
Segundo o depoimento à polícia, o desentendimento que levou ao crime teria ocorrido por conta do serviço de troca de motor de uma caminhonete, que pertence ao suspeito. “Foi quando ele e a vítima discutiram sobre a situação do problema da caminhonete e o Caetano teria se levantado da cadeira, nesse momento ele também se levantou, sacou a arma e efetuou os três disparos”, afirmou o delegado.
Conforme o advogado a primeira reunião de conciliação aconteceu no dia 10 de fevereiro deste ano. “Na sala, a vítima, Caetano, apresentou uma nota fiscal de R$ 20 mil. Porém a mudança do motor ficou R$ 30 mil. Isso foi cobrado por parte de suspeito, porque ele queria a nota fiscal os valores que foram pagos para regularizar a caminhonete com o Detran”.
Ainda conforme a defesa, o Caetano foi questionado sobre a emissão de uma nova nota fiscal, mas ele afirmou que não poderia naquele momento. Diante da situação, foi agendada uma nova audiência para 13 de fevereiro, dia que ocorreu o crime.
“No dia da nova reunião o Caetano apareceu com uma nota de R$ 22 mil e cobrava mais R$ 630 . Ali iniciou uma nova discussão. O Caetano disse que José poderia parcelar os R$ 630 em 10 vezes. Ele chegou a debochar a cor da pele de José Roberto e até o fato de ele ser policial, o chamando de ‘policinha preto”‘, afirmou o advogado.
O advogado de defesa diz que após o crime, o PM reformado foi até a região da Lagoa Itatiaia e escondeu a arma que teria sido utilizada no homicídio e seu aparelho celular. A informação, conforme ele, foi repassada também a Polícia Civil, mas os objetos não foram encontrados.
“Arma é particular, ele alega que possuía o porte, mas polícia está atrás dessa informação para confirmar. Porém, informações preliminares apontam que o registro estaria vencido”, afirmou o delegado responsável pelo caso.
O delegado disse ainda que está apurando também o motivo do policial militar ter sido reformado, pois existem informações de que tenha sido aposentado em razão de problemas psicológicos.