O policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, de 30 anos, apresentou-se à Corregedoria da Polícia Militar na tarde deste domingo, 7, e foi conduzido à delegacia, segundo o delegado-geral da Polícia Civil São Paulo, Osvaldo Nico Gonçalves. Velozo é acusado do homicídio de um dos maiores nomes da história do jiu-jitsu mundial, o brasileiro Leandro Lo, de 33 anos. Ele será ouvido e depois encaminhado ao Presídio Romão Gomes.
Na tarde deste domingo, a pedido da autoridade policial, a Justiça concedeu a prisão temporária de 30 dias do autor do homicídio.
Segundo o boletim de ocorrência, ao qual o GLOBO teve acesso, Leandro foi atingido por um tiro do lado esquerdo da cabeça após se envolver em uma briga com o PM de folga durante um show durante um show de pagode da banda Pixote, no Esporte Clube Sírio, em Indianópolis, região Sul de São Paulo.
Uma fonte ligada à família contou que o autor do disparo se aproximou do grupo de amigos de Leandro e, em tom de provocação, chacoalhou uma garrafa de whisky que estava sobre a mesa. Para se proteger, o lutador deu uma rasteira no rapaz e o imobilizou. Assim que liberado, o homem andou poucos passos, deu meia-volta e atirou. Uma das testemunhas relatou que ele deu ainda dois chutes em Leandro, mesmo já desacordado.
Segundo o boletim de ocorrência, testemunhas do homicídio reconheceram o autor do disparo por fotografia. O clube tem o controle da entrada dos frequentadores armados e apresentou as fotos às testemunhas.
De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Militar, o campeão mundial de jiu-jitsu foi encaminhado com vida ao Hospital Municipal Doutor Arthur Ribeiro de Saboya, onde teve morte cerebral. No BO, consta que, às 11h53 deste domingo, a médica responsável pelo atendimento de Leandro documentou que o “paciente se encontra na sala vermelha em grave estado geral, acoplado à ventilação mecânica”.
O caso foi registrado como tentativa de homicídio pelo 16º DP (Vila Clementino), que apura os fatos por meio de inquérito policial. A Polícia Militar diz lamentar o ocorrido. A instituição instaurou uma apuração administrativa e colabora com as diligências.
Em nota, o Esporte Clube Sírio se solidarizou pelo “lamentável ocorrido” e informou que está colaborando com as autoridades responsáveis pela investigação, para que o “incidente seja esclarecido o mais rápido possível”.
O currículo de Leandro sinaliza o tamanho da perda. O brasileiro de 33 anos foi oito vezes campeão mundial de jiu-jitsu em cinco categorias diferentes. Ele conquistou cinco Copas do Mundo da modalidade e ainda ganhou oito Pan-americanos do esporte.