Policiais federais cumpriram na manhã desta quinta-feira (27/10), em Nova Alvorada do Sul, mandado de busca e apreensão dentro da segunda fase da Operação Corte na Tangente. A ação visa buscar elementos e encontrar outros líderes da organização criminosa especializada na prática de contrabando e descaminho de mercadorias do Paraguai.
A determinação judicial foi expedida pela Justiça Federal de Dourados, que também deferiu pelo sequestro de valores depositados nas contas bancárias de duas pessoas investigadas.
Deflagrada inicialmente em fevereiro de 2022, a Corte na Tangente teve o principal líder preso em Nova Alvorada do Sul. Ele era o responsável em movimentar dezenas de veículos diariamente com mercadorias estrangeiras com destino aos grandes mercados consumidores do país, para posterior comercialização.
Meses depois, a Polícia Federal continuou a observar grande fluxo dos produtos ilícitos e cooptação de dezenas de pessoas para a prática do contrabando e descaminho. Os agentes também constataram grande fluxo financeiro por parte do líder, utilizando contas bancárias de terceiros, resultando na ação de hoje.
Em coletiva realizada no dia 22 de fevereiro na delegacia da Polícia Federal, em Dourados, o delegado Luis Henrique Corrêa da Silveira explicou o modo de operação do grupo, que segundo ele, realizava o esquema há sete anos e tinha Nova Alvorada do Sul como centro da organização.
A cidade, na região central de Mato Grosso do Sul é o principal entroncamento no Estado para a região Sudeste do país e principal destino dos produtos.
“São em torno de 40 veículos circulando diariamente, todos sob o comando do homem que prendemos nesta manhã [de 22 de fevereiro]. Além disso, ele também chefiava várias pessoas que atuavam como mateiros [que se escondem às margens de rodovias para avisar sobre movimentações policiais] e em outras funções dentro da organização”, detalhou aos jornalistas durante a primeira fase.
Na época, policiais federais cumpriram sete mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva. Houve bloqueio nas contas bancárias de R$ 3.124.373,00 de investigados, além do ‘sequestro’ judicial aos bens móveis e imóveis dos líderes da organização criminosa.