Segundo as investigações, em três anos essas quadrilhas foram responsáveis em transportar seis toneladas de cocaína a países da América Central
As operações Sordidum e Prime, desencadeadas pela Polícia Federal nesta quarta-feira (15/5), em Dourados a 251 Km de Campo Grande, terminaram com 28 veículos apreendidos, incluindo carros de luxo, utilitários, caminhões, motos e até de colecionador.
Além disso, Claudinei Tolentino Marques, dono da Referência Incorporadora, umas empresas onde ocorreram cumprimento de determinações judiciais, acabou preso. No ano passado, ele já havia sido alvo de outra operação, mas do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), em investigação a empresa suspeita pela comercialização de armas de forma irregular e que mantinha sociedade.
De acordo com as informações apuradas pelo Dourados News, vários mandados de busca e apreensão foram cumpridos hoje em diversos pontos da cidade, incluindo o Porto Unique, condomínio localizado na região Norte, Primeira Linha Acabamentos e na Focco Imobiliária, ambas na região central.
Um utilitário da Efraim Incorporadora e Construtora Ltda também foi levado à delegacia da Polícia Federal.
Conforme repassado pela comunicação do órgão, as operações simultâneas miram organizações criminosas voltadas ao tráfico internacional de drogas e armas, evasão de divisas, falsificação de documentos públicos, tortura, dentre outros crimes.
Segundo as investigações, em três anos essas quadrilhas foram responsáveis em transportar seis toneladas de cocaína a países da América Central.
Ao longo da manhã, diversos veículos considerados de luxo, como uma Ram, um Dodge Challenger, duas BMW’s e um Hyundai HR foram apreendidos e encaminhados à sede da PF em Dourados, assim como vários caminhões e utilitários pertencentes à Primeira Linha e a Referência.
Um Chevette com placas de colecionador também acabou ‘sequestrado’ por força de mandado judicial.
As operações
Além de Dourados, as duas operações se estenderam por Campo Grande, Bonito, Ponta Porã e Caarapó, todas no Mato Grosso do Sul, além de Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraíba e São Paulo.
Para realizar a movimentação e ocultação dos valores e bens, o grupo utilizava doleiros atuantes na fronteira do Brasil com países vizinhos como o Paraguai. Também eram criadas empresas de fachada e negócios dissimulados através de pessoas interpostas.
Ao todo, foram empenhados 273 policiais federais para o cumprimento de 64 mandados de busca e apreensão, 25 de prisão preventiva e 11 de temporária, sequestro de cerca de 90 imóveis identificados e bloqueio de bens e valores contra aproximadamente 80 pessoas e empresas envolvidas.