Operação Laços Ocultos desencadeada na manhã desta quinta-feira (16/11) por policiais do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) mira vereadores, servidores públicos e secretários municipais de Amambai a 351 km de Campo Grande.
As ações são parte das investigações de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos públicos, e lavagem de dinheiro.
De acordo com o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), foram expedidos pela Justiça de Amambai, seis mandados de prisão preventiva e 44 de busca e apreensão em Campo Grande, Bela Vista, Naviraí e Itajaí (SC), além do município onde se originou a ação.
Dentre os alvos estão dois vereadores, quatro secretários municipais, servidores públicos e empresários.
Conforme o apurado pelas investigações, a organização vem atuando há anos fraudando licitações públicas para contratação de obras e serviços de engenharia, principalmente por meio de empresas ligadas a familiares, com sócios até então ocultos. “Nos últimos seis anos, os valores dos contratos obtidos pelo grupo criminoso ultrapassam 78 milhões de reais”, diz o MPMS.
O órgão averiguou ainda, através de perícias de engenharia em obras vistoriadas presencialmente pelo corpo técnico, superfaturamento e inexecução parcial, “assim como análise realizada por órgão técnico do Ministério Público identificou pagamento de propina das empresas integrantes do grupo criminoso em benefício de agentes políticos e servidores públicos municipais responsáveis pela fiscalização das obras”.
A operação contou com apoio operacional do Batalhão de Choque, do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) e da Força Tática, todos da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.
Laços ocultos, termo que dá nome à operação, decorre do oculto vínculo apurado entre os investigados.