MP aponta que Marquinhos foi denunciado por fatos envolvendo 7 mulheres e o empresário André Patrola, pela prática de favorecimento à prostituição na mesma denúncia
O ex-prefeito de Campo Grande e candidato derrotado ainda no 1º turno na disputa ao governo de Mato Grosso do Sul, Marquinhos Trad, foi denunciado por crimes sexuais contra sete mulheres, pela prática de crimes de assédio sexual, importunação sexual e favorecimento à prostituição ou outra forma de exploração sexual. A denúncia do Ministério Público do estado (MPMS) foi encaminhada à Justiça nessa terça-feira (8).
O empresário André Luiz dos Santos, o André Patrola, também foi denunciado pela prática de favorecimento à prostituição na mesma denúncia.
A peça enviada pelo MPMS à Justiça aponta que Marquinhos foi denunciado por fatos envolvendo 7 mulheres, número maior do que o de indiciamentos que a Polícia Civil fez – que era de 3 e André Patrola, contra outras três.
Pelo crime de assédio sexual, Marquinhos Trad foi denunciado uma única vez. Pelo crime de importunação sexual, foram três denúncias de vítimas, e pelo favorecimento à prostituição, outras três vítimas. Patrola teria praticado favorecimento à prostituição contra outras três vítimas. Entre elas, duas também foram vítimas de Marquinhos Trad.
Marquinhos agora está sujeito a uma pena que varia de 1 ano a 2 anos de prisão pelo crime de assédio sexual; de 2 anos a 5 anos de prisão pelo crime de importunação sexual (praticado três vezes); e de 2 anos a 5 anos por favorecimento à prostituição (praticado três vezes).
Patrola, se condenado pelas três acusações de favorecimento à prostituição, estará sujeito a uma pena que varia de 2 anos a 5 anos de prisão.
A denúncia foi distribuída, por prevenção, à 3ª Vara Criminal. Cabe agora ao Judiciário decidir se os acusados tornam-se réus ou não.
Pelo trâmite legal, a denúncia será avaliada pela juíza titular 3ª Vara Criminal, Eucélia Moreira Cassal. Só o inquérito policial tem 1.650 páginas, contendo depoimentos das denunciantes, das testemunhas, peças da perícia e o interrogatório do investigado na Polícia Civil.
O promotor responsável pelo caso, Alexandre Capiberibe Saldanha, não quis se pronunciar, alegando o sigilo do caso.
Escândalo político
Marquinhos Trad vem sendo investigado por crimes contra dignidade sexual desde o início de julho. As acusações contra o político envolvem, inclusive, a oferta de emprego a mulheres usando cargos públicos em troca de sexo. Um dos locais onde os crimes teriam ocorrido é o gabinete do chefe do Executivo, alvo de busca da polícia em meio à campanha eleitoral.
O inquérito da Polícia Civil chegou a apontar 16 supostas vítimas, mas a Justiça determinou o arquivamento dos casos em relação a parte das vítimas. Os motivos para isso foram a prescrição dos fatos denunciados ou a não identificação de crimes a serem punidos.