Criança, o filho de Rosane Aguero, de 32 anos, viu a mãe agonizar em plena região central de Amambai após a vítima ser atacada a facadas durante uma briga. A suspeita do crime, Jaciele Morais Gauto, de 26 anos, foi presa em flagrante.
O crime que ocorreu na segunda-feira (15) ganhou ainda mais repercussão após o vídeo do garoto diante da mulher ensanguentada ser divulgado pela página Kuñangue Aty Guasu, a assembleia das Mulheres Guarani e Kaiowá de Mato Grosso do Sul. De acordo com a entidade o menino tem 4 anos e é filho da vítima.
Na postagem, a entidade denuncia que o crime é um reflexo do alcoolismo entre os indígenas da região. A Polícia Civil também chegou à mesma conclusão. Conforme o boletim de ocorrência sobre o caso, Rosane e Jaciele estavam consumindo bebida alcoólica na residência de um homem, quando começaram a brigar.
À polícia, o rapaz disse que, diante da confusão, “empurrou” as duas mulheres para fora da casa dele. Foi então que Rosane teria dado uma facada perto da axila da rival, disse a testemunha. Em seguida, Jaciele conseguiu tomar a faca de Rosane e começou a golpear a vítima. A indígena foi esfaqueada no pulso esquerdo, queixo e pescoço.
Quando a Polícia Militar chegou no local, encontrou apenas a vítima caída na calçada. Mas logo a equipe foi informada por testemunhas que a agressora estava sendo atendida pelo Corpo de Bombeiros, a alguns metros do local. As duas mulheres foram levadas para o Hospital Regional de Amambaí, mas Rosane não resistiu aos ferimentos.
Conforme a conselheira tutelar Alba Regina dos Santos, o pai do menino está preso por homicídio e os pais de Rosane já faleceram. Ela já havia deixado em outras ocasiões o filho com a prima e tinha avisado que se caso acontecesse alguma coisa, queria que o menino ficasse com a parente.
Ainda de acordo com a conselheira, a prima da vítima relatou que quando o menino era pequeno foi ferido pelo pai com uma facada e quase morreu. “Havia seis meses que Rosane tinha saído do presídio, onde também estava presa por homicídio. Enquanto isso, quem cuidava da criança era essa prima”, contou.