A mãe contou que há um ano escreveu uma carta para a escola dizendo que a filha tem sensibilidade na cabeça e pedindo para que não mexessem no cabelo da criança
A Polícia Civil de Ribas do Rio Pardo investiga o caso de uma criança, de 4 anos, que teve o cabelo picotado em uma creche municipal. Conforme a mãe, que não será identificada para preservar a identidade da vítima, nessa terça-feira (6) a menina voltou para casa com um penteado diferente, que escondia o corte.
A mãe contou que devido ao autismo, a filha não aceita certos tipos de contato físico, sendo o toque na cabeça um deles. E que, no ano anterior, chegou a pedir para a escola, através de uma carta, que não encostassem no cabelo da filha.
“Na época, forçaram ela a lavar a cabeça e isso traumatizou ela por um tempo. Depois da carta, o pedido foi obedecido até agora. Na segunda, notei que ela estava no parquinho de cabelo solto e ela entende que para a escola precisa prender, ai ontem ela saiu com a trança”, relatou a mãe.
Apesar de estranhar a mudança de penteado, já que tem o costume de mandar a filha com o cabelo preso para trás em rabo de cavalo, a mãe seguiu para casa. Já a noite, ao levar a criança para o banho a mãe contou que a filha disse que faltava um pedaço do cabelo.
“Ela me disse, ‘mamãe tá faltando um pedaço do meu cabelo’, falei que não estava, mas aí quando fui desmanchando a trança eu vi que o jeito que tinham amarrado o cabelo, até a ponta da trança já dava pra ver o corte. Parece que dividiram no meio, cortaram a parte de baixo e a parte de cima tá toda picotada. E eu não sei o motivo”, contou.
A mãe procurou a polícia e registrou um boletim de ocorrência de lesão corporal. Na escola, as professoras não souberam dizer quem teria feito, já que as tesouras ficam muito acima do alcance das crianças e que a menina teve contato apenas com uma professora durante todo o dia.
A responsável falou ainda que todos os laudos da filha estão na diretoria da escola, inclusive instruções passadas pelo médico de como tratar sua filha, mas que a professora nova não teria tido contato com o material.
“Ela não quer pentear o cabelo, não quer voltar para escola. Ela dizia que o cabelo dela era de princesa e agora não quer dormir, nem comer”, finalizou a mãe.
O caso segue em investigação pela Polícia Civil.