Na quarta-feira (10), um mecânico morador em Dourados, identificado como J.A.C., foi condenado a 30 anos, 11 meses e 06 dias de reclusão, além do pagamento de R$ 20 mil, por ter cometido os crimes de Estupro de Vulnerável e Assédio Sexual em desfavor da própria sobrinha, de 12 anos.
De acordo com informações policiais, os crimes ocorreram numa oficina de motos na cidade de Vicentina (MS), entre o final de 2022 e início de 2023, onde o autor era o proprietário e tinha a vítima como funcionária.
Segundo apurado, o autor utilizava da relação empregatícia para abusar da vítima, além de tentar a todo custo controlar o seu comportamento. Ele ainda desdenhava da vítima, dizendo que nada aconteceria se ele o denunciasse, pois tinha dinheiro suficiente para resolver.
De acordo com a vítima e testemunhas, por diversas vezes, o sentenciado fechava a oficina em pleno horário comercial para praticar os abusos.
A situação fez com que a vítima procurasse abrigo na casa de uma tia, em Campo Grande, pois não queria mais retornar para a casa dos seus pais, por temer o ímpeto criminoso do autor e não suportar a violência que sofria.
Após o registro da ocorrência, o indivíduo encerrou as atividades na oficina e passou a residir em Dourados, onde passou a anunciar a venda de diversos bens, com a intenção de sair do Mato Grosso do Sul.
A partir disso, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul instaurou inquérito policial para apuração dos fatos, sendo a investigação presidida pelo Delegado de Polícia Bruno Carlos, titular da Delegacia de Polícia de Vicentina, com o apoio da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Fátima do Sul e do Setor de Investigação da Delegacia Regional.
Após diversas diligências, a autoridade policial representou pela prisão preventiva e busca e apreensão nos endereços comercial e residencial do autor, localizados em Dourados, e a Justiça decretou a prisão e a expedição dos mandados.
No cumprimento das medidas, foram apreendidos computadores e telefones do investigado, que continham material com imagens e vídeos de crianças e adolescentes do sexo feminino em vídeos com conotação pornográfica.
As ações ocorreram no âmbito da operação “Castelo de Areia”, que foi deflagrada pelas Delegacias de Polícia de Vicentina e DAM de Fátima do Sul, com o objetivo de atuar frente a indivíduos que aparentavam possuir uma conduta ilibada na sociedade, mas que na verdade não possuíam qualquer solidez, semelhantes a castelos de areia que são facilmente desmanchados ante a inexistência de qualquer alicerce.
As investigações foram concluídas com relatório pormenorizado dos aparelhos tecnológicos do investigado, depoimento especial da vítima, depoimento de testemunhas, degravação de diversos áudios enviados pelo autor, onde ele ameaçava, perseguia e até mesmo confessava que violentava psicologicamente e sexualmente a vítima.
O réu foi processado e o Poder Judiciário o condenou a mais de 30 anos de reclusão em regime fechado pelos crimes de Estupro de Vulnerável e Assédio Sexual, além de uma indenização, para reparar os danos causados à adolescente.