Zuleide Lourdes, 57 anos, foi morta com tiro na cabeça em matagal a mando do esposo, também detetive
Quatro envolvidos na execução da detetive particular Zuleide Lourdes Teles da Rocha passaram por julgamento que terminou na madrugada desta sexta-feira (9). Três foram condenados e um deles absolvido por não ter participado diretamente no crime que aconteceu em junho de 2021, no Bairro Esplanada, em Dourados, cidade a 251 quilômetros de Campo Grande.
A Justiça de Dourados condenou Givaldo Ferreira Santos a 24 anos de prisão pelo assassinato de sua esposa, Zuleide Lourdes Teles da Rocha, ocorrido em 19 de junho de 2021, no Bairro Vival dos Ipês. O caso, que inicialmente parecia ser um latrocínio, revelou-se uma execução planejada, motivada por desavenças no casamento e questões patrimoniais.
Durante a investigação, ficou apontado que o mandante da execução era o marido da vítima, o também detetive, Givaldo Ferreira Santos, 62 anos. Em outra ocasião, ele já tinha encomendado a morte Zuleide, mas o pistoleiro desistiu após receber parte do pagamento. O homem então armou novamente o plano.
No dia da execução, Zuleide recebeu ligação da “mãe de santo” e orientadora espiritual de Givaldo. Por telefone, Sueli da Silva afirmou que estaria interessada em seus serviços para investigar um caso extraconjugal e marcou o encontro no bairro Jardim Esplanada. No local, estavam o filho do mandante William Ferreira Santos e José Olímpio de Melo Junior, funcionário de um escritório de contabilidade.
A vítima, de 57 anos, foi atraída para uma emboscada sob o pretexto de uma proposta de trabalho, sendo levada para uma mata nas imediações da Rua Criciúma, onde foi morta com um tiro na cabeça. O autor do disparo, José Olímpio de Melo Júnior, foi condenado a 19 anos e três meses de prisão. Sueli da Silva, guia espiritual de Givaldo, que ajudou a atrair Zuleide, recebeu uma pena de 20 anos.
William ficou com o menino de 7 anos no carro da vítima e enquanto Sueli e José a levaram para o matagal. O homem foi quem deu o tiro que matou Zuleide. O corpo da vítima foi deixado no local e encontrado horas depois. Os envolvidos acabaram presos no decorrer da investigação e ontem passaram pelo julgamento.
A sessão terminou nesta madrugada e resultou na condenação de três envolvidos, apenas William foi absolvido por confessar que levou o pistoleiro no local e depois ficou no carro da mulher. Ele foi solto. O pai do rapaz e mandante do crime foi sentenciado a 24 anos, um mês e 25 dias de prisão.
As investigações do Setor de Investigações Gerais (SIG) apontaram que o crime foi minuciosamente planejado ao longo de meses. Givaldo inicialmente negou qualquer envolvimento, mas posteriormente confessou ter contratado três pessoas para o crime, embora alegasse desconhecer a participação de seu filho, Willian Ferreira Santos.
O motivo principal do assassinato, segundo Givaldo, foi o relacionamento conturbado com Zuleide. Além disso, a maior parte dos bens do casal estava em nome dela, devido a restrições fiscais que Givaldo enfrentava. Esse fator patrimonial também teria sido um dos impulsionadores do plano.