Vereador de Goiânia não tem ajuda de custo e o de Cuiabá recebe metade do que ganham seus colegas de Campo Grande
O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, o vereador Carlão Augusto Borges (PSB), ainda não se posicionou oficialmente em sua defesa, da Casa de Leis e de seus próprios colegas, protagonistas de notícias nada abonadoras sobre os engordurados repasses financeiros dos cofres públicos aos seus mandatos. Vários veículos – entre eles o G1 (Globo) – dão destaque ao uso de penduricalhos na lei para “esquentar” o aumento das verbas remuneratórias, sob a forma de adicionais, como a ajuda de custo.
Segundo o G1, os vereadores de Cuiabá, Capital de Mato Grosso, recebem R$ 14,2 mil de verba indenizatória. É menos da metade do valor que a Câmara presidida por Carlão pagará a partir de agora para ele e os seus 28 colegas. O que carrega o absurdo nesta história é lembrar que os 25 parlamentares cuiabanos já foram punidos por um abuso semelhante, quando inflaram seus ganhos e foram obrigados a anulá-los por força da intervenção do Ministério Publico e do Judiciário.
Na contramão de Campo Grande e Cuiabá, o exemplo de Goiânia é um dos melhores no Centro-Oeste e no Brasil: o Poder Legislativo local não desembolsa um centavo sequer com adicionais suspeitos, medida que teve o apoio dos 35 vereadores. Em 2021, os goianos chegaram a ensaiar um rojeto para instituir a ajuda de custo. Ficaram no ensaio, presume-se que por temer as cobranças da população.
Além do desnecessário e perdulário uso de verbas publicas para multiplicar seu orçamento, os vereadores deixam a população ainda mais revoltada por não cumprir efetivamente suas obrigações, entre as quais as de fiscalizar o Executivo e defender o interesse de uma comunidade que é judiada por serviços caros e precários do transporte coletivo e tarifaços de energia e água, inclusive sofrendo cortes de fornecimento quando não consegue pagar as contas em dia.