Juiz entende que soltura dos policiais poderia intimidar testemunhas e prejudicar a investigação
A Justiça de Mato Grosso do Sul negou o pedido de liberdade dos policiais militares Valdeci Alexandre dos Santos e Bruno César Malheiros dos Santos, acusados de matar o ex-vereador Wander Alves Meleiro, conhecido como Dinho Vital, em Anastácio. A decisão foi tomada pelo juiz Luciano Pedro Beladelli, que entendeu que a soltura dos policiais poderia intimidar testemunhas e prejudicar o andamento do processo.
O crime ocorreu no dia 8 de maio, após uma festa de aniversário da cidade. Dinho Vital foi atingido por diversos disparos de arma de fogo e morreu no local. Segundo o laudo necroscópico, a vítima foi atingida pelas costas, indicando que não houve troca de tiros.
A prisão dos policiais ocorreu 11 dias após o crime, em uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). A defesa dos policiais alegou que eles sempre colaboraram com as investigações e que o clamor público já havia se esfriado.
Ao negar o pedido de liberdade, o juiz destacou a gravidade do crime e a possibilidade de os policiais intimidarem testemunhas. “O que revela ainda evidente periculosidade e desrespeito para com a Lei Penal, gerando, naturalmente, repercussão e temor no local”, afirmou o magistrado.
O juiz também ressaltou que a complexidade do caso e o grande número de testemunhas exigem que os acusados permaneçam presos para garantir a lisura do processo.
Com a decisão judicial, os policiais militares seguirão presos enquanto aguardam o julgamento. O caso ainda está em fase de investigação e a audiência de instrução, que foi desmembrada em razão da complexidade do caso, ainda será realizada.