A juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, determinou, em despacho publicado nesta sexta-feira (16), a apreensão do telefone celular do ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD). A medida faz parte da investigação pelos crimes de assédio sexual contra o político.
Conforme o despacho, Marquinhos recorreu ao Tribunal de Justiça, mas não conseguiu impedir a perícia no celular. Em outros despachos publicados no Diário da Justiça, a magistrada já tinha determinado a apreensão e limitado a análise das conversas do ex-prefeito com as supostas vítimas dos crimes sexuais.
Como não entregou os aparelhos celulares, a Justiça nesta sexta-feira (16) determino a expedição de mandados de busca e apreensão para os aparelhos, “E decorrido o prazo de cinco dias sem informação da entrega do(s) celular(es), restará caracterizada a recusa em promover a entrega, exercendo o representado o seu direito de não produzir provas contra si mesmo. Certifique-se o decurso de prazo, se for o caso. Na hipótese, prossiga-se, cumprindo o determinado na decisão. EXPEÇA-SE MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO, devendo a Autoridade Policial observar a cadeia de custódia, conforme determinado bem como a extensão e conteúdo da perícia, conforme decisão proferida pelo Tribunal de Justiça.”, diz a determinação publicada em Diário de Justiça.
Ainda segundo a decisão da magistrada, “o pedido defensivo de que a perícia seja realizada por perito nomeado pelo Juízo não comporta deferimento, haja vista que compete à Autoridade Policial promover as medidas necessárias para colheita de provas e na hipótese o Instituto de Criminalística do Estado poderá realizar a tarefa, observando-se, por óbvio o sigilo de dados.”
O escândalo explodiu durante a campanha eleitoral quando ele disputava a vaga de governador. Marquinhos apesar de negar os assédios acabou ficando no vexatório 6º lugar após a abertura das urnas.
Réu
Na denúncia inicial do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), constavam 7 vítimas. Então, em 16 de dezembro, a juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal, recebeu a denúncia com apenas 5 vítimas.
Isso porque em um dos casos o MPMS entendeu que não houve fato típico e, em outro, a vítima não representou contra Marquinhos Trad. Sendo assim, o processo agora apura 5 crimes de cunho sexual.
Também se tornou réu André Luiz dos Santos, o ‘Patrola’, por denúncias de três vítimas por crimes sexuais. Agora, é aguardado que a defesa seja notificada para então apresentar as alegações, o que deve ocorrer apenas no fim de janeiro.