Um árbitro de 50 anos sofreu injúria racial de um dos jogadores, de 20, que foi expulso da partida de futsal realizada no último sábado (26) em Campo Grande
O jogador de 20 anos e sua equipe foram excluídos da Lifa (Liga de Futsal Autônoma), após o atleta cometer injúria racial contra o árbitro da partida, de 50 anos. O jogo foi realizado no último sábado (26), em uma escola particular de Campo Grande.
“O atleta foi [banido]. A equipe foi excluída, em senso comum entre todas as equipes”, afirma o grupo ao Primeira Página. A Lifa ainda postou nesta segunda uma nota de esclarecimento.
O caso foi registrado no mesmo dia na Depac-Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), no bairro Tiradentes.
De acordo com os depoimentos dos envolvidos, o árbitro deu cartão vermelho para o jogador, que saiu da quadra e passou a assistir o jogo da arquibancada.
A injúria racial aconteceu quando o árbitro aplicou um cartão amarelo para um jogador do outro time.
Segundo o relato de uma das testemunhas, o cartão amarelo seria o segundo deste jogador, ou seja, ele também seria expulso da partida.
Neste momento, da arquibancada, o autor do crime, que foi expulso, gritou: “Não vai dar cartão vermelho pra ele não, preto filho da puta?”.
O árbitro, ainda conforme o depoimento de uma das testemunhas, ficou desconcentrado e seguiu até a arquibancada. Ele teria perguntado para o jogador: “Do que você me chamou?”. O mais novo repetiu as mesmas palavras: “Preto filho da puta”. Na hora, o árbitro teria acionado a PM (Polícia Militar) por telefone.
Na delegacia, o jogador alegou que ficou “nervoso devido a emoção do jogo, devido ao time estar perdendo, acabou ofendendo o árbitro” e que “também é negro e que só cometeu a injúria devido ao calor do momento e está arrependido”.
O jogador passou por audiência de custódia nesta segunda-feira (28) e teve a liberdade provisória decretada pelo juiz Eduardo Eugênio Siravegna Junior. Ele não pode se ausentar da capital de MS por mais de 30 dias sem autorização judicial.