Decisão foi publicada em Diário Oficial, nesta quarta, um ano após condenação determinar medida
Um ano depois de ser condenado a 13 anos de prisão por estuprar uma detenta dentro da Delegacia de Polícia Civil de Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande, o policial civil Elbeson de Oliveira foi demitido, nesta quarta-feira (6). A decisão foi publicada no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul.
A resolução é assinada pelo secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, e tem data do dia 4 de dezembro, segunda-feira.
Elbeson foi preso em abril de 2022 por estuprar uma mulher, de 28 anos, que estava presa na delegacia da cidade. Ele também foi acusado de entregar celulares aos presos da unidade em uma tentativa de comprar o silêncio deles sobre o crime.
Em dezembro do ano passado, foi condenado pelos dois crimes: 13 anos de prisão e perda do cargo pelo estupro; e sete meses de detenção por dar os aparelhos aos presos.
Na época, a defesa e o Ministério Público recorreram da decisão. Só agora, exatamente um ano depois, a demissão determinada na condenação foi efetivada.
O caso
Durante os plantões, Elbeson ficava sozinho na unidade e foi em um desses dias que ele tirou a mulher da cela, a levou para a “Sala Lilás” – local pensado, justamente, para abrigar as mulheres vítimas de violência doméstica -, e abusou dela mais de uma vez.
Para não ser denunciado pela vítima, o agora ex-investigador fez ameaças de morte e chegou a dizer que ninguém notaria se ele “sumisse” com mulher. Em um dos dias em que foi abusada, a detenta chorou na cela e, depois de ser pressionada pelos presos que dividiam o espaço com ela, contou sobre a violência que sofreu.
Foi aí que, na tentativa de calar os presos, Elbeson entregou um aparelho celular para o grupo. A tentativa de calar as testemunhas não deu certo. Juntos, os internos contaram para a delegada da unidade o que a colega havia sofrido.
Elberson foi preso e passou a ser investigado pelo estupro. Imagens de câmera de segurança provaram que ele retirava a mulher da cela sem qualquer justificativa. A vítima estava presa por tráfico. Depois do crime, foi liberada e saiu de Mato Grosso do Sul.