Ele negou todas as acusações, mas ainda assim, em audiência de custódia, o juiz manteve a prisão dele; a vítima e os filhos estão bem
Um homem de 29 anos foi preso após manter a ex-mulher e a filha de 2 anos em cárcere privado em Naviraí – cidade a 342 quilômetros de Campo Grande. Segundo a vítima, durante o tempo que foi impedida de sair da casa do autor, ele teria cortado a mão ao quebrar uma janela, bebido o próprio sangue e ameaçado a bebê de morte.
Para a polícia, a vítima contou que depois de nove anos de união e três filhos, decidiu separar do companheiro, de 29 anos. Nesse processo, se mudou de Campo Grande para Naviraí para ficar com a mãe.
O ex fez o mesmo e enquanto a guarda das crianças não era definida na justiça, combinaram que aos fins de semana, os filhos ficavam com ele.
Eram pouco mais de 18 horas de sábado (7) quando a mulher chegou a casa em que o ex estava para entregar a filha caçula, de 2 anos. Mas, quando chegou, encontrou o homem alterado: segundo ela sob efeito de álcool e droga.
Começou então uma discussão entre os dois e na briga, o homem quebrou uma janela, cortou os dedos, bebeu o sangue e gritou que a filha era um demônio e que ia matá-la. Foram horas de desespero, sem conseguir sair do local.
Às 5 horas de domingo (8), a mulher conseguiu escapar e correu para pedir ajuda das pessoas. Conseguiu ajuda em um motorista que parou o carro, colocou mãe e filha e as levou para o hospital. Só então a polícia foi avisada.
Depois de receber atendimento médico, por tinha lesões no corpo e conversar com uma psicóloga, detalhou a situação a polícia. Nisso, ela descobriu que o ex foi até a casa da mãe dela e tirado de lá os outros dois filhos de 4 e 6 anos.
Enquanto ainda estavam no hospital, o próprio suspeito apareceu por lá e foi preso em flagrante.
Uma equipe do Conselho Tutelar foi chamada e encontrou os filhos da vítima. Os dois foram entregues a vó materna.
Na delegacia, o suspeito negou tudo. Falou que bebeu com a mulher a noite inteira, mas brigaram por motivos banais na madrugada. Neste momento, ela teria saído da casa para pedir ajuda e mentiu sobre as ameaças.
Apesar da versão do homem, na audiência de custódia o juiz Paulo Roberto Cavassa de Almeida converteu a prisão em flagrante em preventiva.
“Ainda que negue os fatos, os próprios policiais confirmaram que o indiciado foi encontrado bastante agitado, confirmando a situação alegada pela vítima”.