Fuzis comercializados por empresa de Dourados foram negociados por valores considerados “extremamente baixos”, o que, para a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, representa indício de suposta sonegação fiscal.
Sete mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nesta manhã por equipes da Dracco (Departamento de Repressão a Corrupção e ao Crime Organizado) em Dourados e em um endereço no município de Ivinhema, nesta terça-feira (25).
Foram apreendidos 28 fuzis, duas pistolas, uma submetralhadora e duas espingardas da Federal Armas. “A situação se torna ainda mais sensível por se tratar de região de fronteira, que conta com a forte influência de facções criminosas nacionais e internacionais”, diz parte de nota oficial encaminhada à imprensa.
No caso mais grave identificado pela polícia, ficou constatado que um dos fuzis vendidos na loja alvo foi negociado com um criminoso que estava com mandado de prisão em aberto com condenação a cumprir de 24 anos pelo crime de tráfico de drogas nacional e internacional.
Esta pessoa foi presa recentemente em Balneário Camboriú (SC) na posse do fuzil calibre 5,56, adquirido através da empresa douradense. Ele portava ainda duas pistolas 9mm e um revólver calibre .357, munições, além de mais de R$ 40 mil em espécie.
Foram representadas por medidas de busca e apreensão em locais específicos, inclusive na loja de armas, visando à localização e apreensão dos armamentos irregularmente vendidos.
Força-tarefa
A operação desencadeada pela Dracco envolve mais de 50 policiais civis, distribuídos entre equipes do departamento, e ainda, do GOI, 1ª DP, 3ª DP de Campo Grande e equipe do SIG (Setor de Investigações Gerais) de Ivinhema.
Além disso, contou com o apoio da Sefaz (Secretaria Estado de Fazenda), da Polícia Federal e do Exército Brasileiro.
Nova lei
As recentes alterações do cenário normativo referentes à negociação de armas de fogo proibiram desde o mês de setembro de 2022, a venda de fuzil.
Porém, o que se constatou a partir das investigações, foi que a loja alvo da operação policial localizada na Avenida Hayel Bon Faker, em Dourados, manteve a comercialização das armas de calibre restrito após esse período.
As transações teriam ocorrido, inclusive, efetivadas com diversas irregularidades que indicaram até a facilitação do acesso das armas de alto poderio de fogo por criminosos.