Primeira unidade de apoio a vítimas de violência no Brasil completa uma década sem reformas necessárias.
A Casa da Mulher Brasileira, situada no Jardim Imá em Campo Grande, enfrenta uma grave crise de infraestrutura, após anos sem as melhorias prometidas. Inaugurada em 2015 como a primeira unidade do país dedicada a mulheres vítimas de violência, a instalação hoje está em condição crítica, marcada por pisos danificados, forros comprometidos e vários outros problemas estruturais.
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A instituição completou 10 anos de atividades no dia 3 de fevereiro, e é apontada como um dos principais centros de apoio a mulheres vítimas de violência doméstica no Brasil. Desde sua fundação, a unidade já realizou mais de 1,6 milhão de atendimentos psicossociais e registrou mais de 80 mil boletins de ocorrência, além de ter concedido 63 mil medidas protetivas, sublinhando sua importância no combate à violência contra a mulher.
Desde 2022, uma reforma orçada em R$ 247,6 mil foi prometida, mas ainda não teve início. A licitação para a contratação da empresa responsável pela revitalização foi cancelada em 5 de junho de 2024, sem nova previsão de abertura, deixando as expectativas em suspenso.
O plano inicial incluía a substituição dos revestimentos cerâmicos do piso, agora rachados, bem como a troca do forro de fibra mineral, que apresenta buracos e improvisos. Além disso, havia a intenção de substituir as placas de gesso danificadas e as ombreiras das portas. A pintura do prédio e a instalação de janelas metálicas com vidros também fazem parte do projeto de revitalização.
No entanto, após análise técnica, constatou-se que os danos estruturais são mais sérios do que o previsto, exigindo uma reavaliação do projeto e ajustes no orçamento. A Prefeitura de Campo Grande está aguardando esses detalhes para lançar uma nova licitação.
As condições da Casa só tendem a se agravar. Neste domingo quando os termômetros registraram 37ºC, o ar-condicionado do prédio estava inoperante, deixando servidores e usuários em um cenário de desconforto extremo. A alternativa encontrada foi a de manter as portas abertas. Outro problema é a falta de bebedouro, suprido por garrafas pet com água. As tomadas também estavam expostas representando risco à segurança.
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No orçamento deste ano, a Casa da Mulher Brasileira está inclusa nos R$ 9.226.000 destinados a ações de políticas públicas a mulher brasileira e R$ 95 mil da operacionalização do Fundo Mulher.
Fotos: Gabriela Couto, Campo Grande News
Imagens de infiltração no teto do prédio que fazem parte do processo de licitação (Foto: Divulgação PMCG).