Miguel Ángel também é suspeito de ser mandante do assassinato do promotor de Justiça Marcelo Pecci, ocorrido em maio de 2022 na Colômbia
A prisão de um líder de facção o narcotraficante Miguel Ángel Insfrán Galeano, o “Tio Rico”, foi transferido nesta terça-feira (27) para o presídio de segurança máxima de Minga Guazú, cidade paraguaia a 250 km da linha internacional com Mato Grosso do Sul.
A ausência de um líder pode gerar disputas internas por poder, mas, a longo prazo, pode levar a uma redução da violência, já que a falta de comando centralizado pode dificultar a coordenação de ações criminosas.
prisão de um líder pode desencadear uma série de prisões de outros membros da organização, à medida que as investigações avançam e novas evidências são encontradas.
Preso em fevereiro do ano passado em apartamento de luxo na praia do Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro (RJ), “Tio Rico” é apontado como importante fornecedor de cocaína para a Europa e atuava inclusive na região de fronteira com MS, onde a organização mantinha empresas de fachada e forte ligação com políticos locais.
O irmão dele, o pastor evangélico José Alberto Insfrán Galeano, comandava um templo religioso em Curuguaty, a 80 km de Paranhos (MS), supostamente usado para lavagem de dinheiro. José Alberto também está preso.
Miguel Ángel também é suspeito de ser mandante do assassinato do promotor de Justiça Marcelo Pecci, ocorrido em maio de 2022 na Colômbia.
Pecci foi morto por pistoleiros quando passava a lua de mel na Praia de Barú, em Cartagena das Índias. Na época, era um dos coordenadores da força-tarefa contra o crime organizado no Paraguai e havia liderado a Operação Ultranza PY, que desmantelou a organização liderada por “Tio Rico”.
Em maio deste ano, Miguel Galeano foi denunciado pelo Ministério Público do Paraguai por narcotráfico, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Assinada pelo promotor Deny Yoon Pak, a denúncia de 712 páginas inclui 17 perícias de equipamentos eletrônicos e celulares, 1.600 documentos e depoimentos de 90 testemunhas. “Tio Rico” é considerado peça-chave no esquema de envio de grandes cargas de cocaína do Paraguai para países europeus, em sociedade com o uruguaio Sebastián Marset, que segue foragido.
Após ser extraditado do Brasil, Miguel Galeano ficou recolhido no presídio militar Viñas Cué, na capital Asunción. Ontem, por ordem da juíza Rosarito Montanía, foi levado para o presídio de Minga Guazú, na região de Ciudad Del Este.