Morte de indígena ocorreu em julho de 2016 durante conflito por ocupação de fazenda
Os cinco fazendeiros envolvidos no episódio conhecido como “massacre de Caarapó” vão a júri popular. O caso, ocorrido em 2016, resultou em denúncia pelo MPF (Ministério Público Federal) no ano passado e foi acolhida agora pela 1ª Vara da Justiça Federal em Dourados.
Em 14 de julho de 2016 o agente de saúde Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza foi morto com um tiro no abdômen e outro no tórax durante conflito por ocupação de terra. Outros indígenas ficaram feridos por disparos de arma de fogo, incluindo uma criança de 12 anos.
Os cinco ruralistas são acusados de retirar os indígenas a força de uma fazenda em Caarapó e responderão pelos crimes de formação de milícia armada, homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado, dano qualificado e constrangimento ilegal.
As investigações apontam que o grupo agiu de forma premeditada ao organizar, promover e executar o ataque à comunidade Tey Kuê. À época foram usadas 40 caminhonetes e mais de 100 pessoas para retirar os indígenas da fazenda ocupada.
Decisão
Na peça de acusação, o MPF sustenta que as provas demonstram “de forma inequívoca, a existência de crime doloso contra a vida e suficientes indícios de sua autoria para que os réus sejam levados ao julgamento pelo Tribunal do Júri”.
A Justiça Federal validou a argumentação. “Pelos depoimentos dos ofendidos, indícios, sinais demonstrativos do crime, fotografias, há indícios suficientes de autoria de que os réus se valeram de pás carregadeiras, fogos de artifícios, munições atiradas no raio de 360 graus em direção aos indígenas,