A influenciadora Juliana Gaioso Pontes, a médica Sirlei Faustino Ratier e o ex-prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos são alvos da Polícia Federal na operação contra apoiadores radicais do presidente Jair Bolsonaro (PL) suspeitos de organizar atos antidemocráticos.
A ação acontece nesta quinta-feira (15) e foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). São mais de 100 mandados em todo o país, entre busca e apreensão e prisão, sendo 17 em Mato Grosso do Sul.
A médica e ex-candidata a deputada federal por Mato Grosso do Sul, Sirlei Faustino Ratier, está entre os alvos de mandado de busca e apreensão. A defesa da médica confirmou que os agentes federais estiveram em sua casa e apreenderam o passaporte e celular.
Em sua rede social, Sirlei se apresenta como fundadora e coordenadora do “QG voluntários do Bolsonaro” e “bolsonarista raiz”.
Em novembro, o serviço de inteligência da secretaria estadual de Segurança Pública (Sejusp) enviou ao STF documentos que apontam Sirlei como principal peça de mobilização dos manifestantes no estado. Conforme apurado, a bolsonarista deve prestar depoimento nos próximos dias.
A influenciadora Juliana Gaioso Pontes também é apontada pela Sejusp como financiadora e organizadora dos atos antidemocráticos em frente a quartéis do Exército no estado. Nas redes sociais, exibe postagens antidemocráticas em que questiona o resultado das eleições e a atuação do TSE.
“Estamos fazendo TUDO que for humanamente possível. Deus, pátria, família e liberdade”, diz Juliana em uma publicação.
A defesa confirmou que a residência da influenciadora foi alvo de busca e apreensão por policiais federais. Em nota, o advogado da influenciadora negou que ela seja financiadora dos atos.
Outro alvo da operação é o ex-prefeito de Costa Rica (MS), Waldeli dos Santos, que já vem sendo investigado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) pelo envolvimento com atos antidemocráticos no município do nordeste do estado.
Os agentes federais estiveram em sua casa, mas não há informação sobre o que foi apreendido. O ex-prefeito também foi intimado para prestar esclarecimentos. Em nota, afirma que “sempre se expressará para apoiar e defender a democracia, o estado democrático de direito e as liberdades individuais e coletivas previstas na Constituição do Brasil”.
Atos antidemocráticos em MS
Desde o dia 31 de outubro, um dia após o segundo turno das Eleições de 2022, bolsonaristas se concentram em frente ao CMO de Campo Grande. No local, as pessoas pedem intervenção federal e expõe placas com dizeres inconstitucionais.
Mato Grosso do Sul registrou ainda bloqueios de estradas e manifestações antidemocráticas de bolsonaristas que não aceitam o resultado das urnas. Caminhoneiros fizeram a barricada com vários pneus e colocaram fogo no objetos em diversas rodovias.