Vindos de Belo Horizonte, os suspeitos são apontados como responsáveis por vários furtos em Campo Grande e no interior; os homens foram detidos e confessaram os crimes
Uma quadrilha especializada no furto de caminhonetes Hilux foi presa na noite desse domingo (1º) em Campo Grande. Cinco integrantes foram detidos por cometerem diversos furtos na capital e no interior. Um sexto suspeito, Agostinho Mota Maia Neto, 41 anos, morreu ao tentar reagir a abordagem de policiais do Batalhão de Choque.
A ocorrência dessa madrugada começou com a notícia de que uma caminhonete Hilux havia sido furtada no Chácara Cachoeira. Os policiais, no entanto, já monitoravam a quadrinha, envolvida em, pelo menos, outros dois furtos do mesmo tipo de veículo em Terenos – nos dias 16 e 17 de setembro.
As duas caminhonetes furtadas no município a 17 quilômetros de Campo Grande foram encontradas por equipe do Choque no Aeroporto, já com placas adulteradas dias depois – no dia 19 de setembro.
Com a suspeita de que o mesmo grupo estava por trás do novo crime, os policiais militares trabalharam para encontrar os locais em que eles possivelmente buscariam para trocar as placas da caminhonete, um deles no Bairro Santo Antônio.
Quando a equipe chegou ao endereço, viu a Hilux estacionada dentro da residência. Diante da situação, os militares entraram no local e lá encontraram cinco suspeitos: Jean, Adriano, Rodrigo Hudson e Arthur – com idades de 43 a 26 anos – todos foram presos em flagrante por envolvimento no crime.
Na casa em que o grupo estava os policiais encontraram 13 placas adulteradas, ferramentas geralmente usadas para cometeram crimes, duas pistolas – ambas calibre 9 mm e com registro de furto – que estava dentro de um “cofre” enterrado no quintal, um colete balístico, seis chaves de veículos diferentes, um leitor de chave e dois bloqueadores de GPS e até chapéus do tipo cowboy, que eram usados como disfarce.
Além disso, os bandidos usavam máscaras médicas e bonés para esconder o rosto.
Já preso, Jean detalhou como os crimes eram cometidos. Contou que era funcionário de uma empresa de venda de proteção e rastreio veicular e por isso sabia como usar um aparelho decodificador para ligar Hilux fabricadas de 2019 a 2022.
Revelou também que o grupo é de Contagem, cidade de Belo Horizonte, estava na cidade há 15 dias e que usava três veículos nas ações: um Voyage, uma Ranger e um HB20. Esse último carro estava com um sexto integrante do bando, identificado como Agostinho.
Diante da informação, os policiais voltaram para a rua para caçar o último suspeito.
O HB20 foi encontrado na Rua Brasília, no Jardim Imá, perto da Casa da Mulher Brasileira. A equipe fechou o veículo, desceu da viatura e pediu que o motorista se entregasse. Mas ele não fez isso. O homem, Agostinho, sacou uma arma e apontou para um dos policiais.
Imediatamente o militar reagiu. O suspeito foi atingido pelos tiros e socorrido ainda com vida pelos próprios policiais até a Santa Casa de Campo Grande. Agostinho morreu no hospital, enquanto recebia atendimento médico.
No local em que houve o confronto, a perícia encontrou um revólver calibre 38, com seis munições, dentro do HB20 e as placas originais de duas Hilux furtado: uma em Corumbá e outra em Campo Grande, no dia 11 de março.
A arma dos policiais que feriu o criminoso, uma carabina, também foi apreendida para perícia.
Confissão e apreensão
Segundo o depoimento de Jean, ele e Agostinho eram os lideres do grupo e estavam na capital de Mato Grosso do Sul a pouco menos de um mês. Quando chegaram, alugaram uma casa com documentos falsos.
Cada integrante tinha sua função bem definida: Jean abria os veículos e codificava as chaves. Agostinho e Arthur selecionavam as caminhonetes que seriam furtadas e Adriano, Rodrigo e Hudson, levavam os veículos até Corumbá, na fronteira com a Bolívia.
O trio também negociava a venda do furto. Cada caminhonete era revendida por R$ 30 mil, dinheiro que era enviado por Pix a um doleiro de Belo Horizonte. Depois disso, dividiam o valor em partes iguais.
Durante a madrugada desta segunda-feira os militares recuperaram duas caminhonetes furtadas pelo grupo que ainda não haviam sido levadas para a fronteira: uma estava no estacionamento da Santa Casa e a que estava no quintal da casa em que os suspeitos foram encontrados.
Os cinco criminosos foram autuados por associação criminosa, furto e posse de arma, adulteração de sinal automotor e uso de documentos falsos.