Luiz Antonio Tolentino Marques foi preso em MT; empresário de Dourados, irmão dele também está preso
Luiz Antonio Tolentino Marques: Empresário de Santa Fé do Sul, SP, e um dos irmãos no centro da rede de tráfico de cocaína. Ele era dono de uma concessionária de veículos e tinha um histórico de transações financeiras que levantavam suspeitas.
Irmão de Luiz Antonio e co-proprietário da Referência Construtora e Incorporadora. Ele também foi preso como parte da operação.
Marcel Martins Silva, proprietário de duas empresas em Dourados, MS, e outra figura-chave no esquema de tráfico. Ele está atualmente preso. Valter Ulisses Martins Silva, Irmão de Marcel, que também estava envolvido no esquema de tráfico, mas conseguiu escapar.
Antonio Joaquim Mendes Gonçalves da Mota, aka “Motinha”: Filho de um notório traficante de drogas da região, Motinha também foi alvo da operação, mas não foi apreendido.
A investigação revelou que os irmãos Tolentino faziam parte de uma organização criminosa responsável pelo envio de grandes quantidades de cocaína da fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai para países da América Central. Ao longo de três anos, a PF identificou o envio de pelo menos seis toneladas da droga.
Para movimentar e ocultar os lucros de suas atividades ilegais, o grupo utilizava cambistas na fronteira, além de empresas de fachada, negócios dissimulados e “laranjas” (pessoas usadas como testa-de-ferro). Eles também investiam seus lucros em imóveis no Paraguai.
A investigação incluiu dados financeiros do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que mostraram a atividade financeira suspeita de Luiz Antonio. Ele havia passado de trabalhador de carteira assinada a multimilionário em um curto período de tempo, movimentando dezenas de milhões de reais em suas contas pessoais.
A polícia também identificou que Luiz Antonio usava “laranjas” e parentes para movimentar dinheiro, registrar bens e se juntar aos conselhos de empresas. Grandes quantias de dinheiro também foram transferidas entre Luiz Antonio e Claudinei.
Luiz Antonio Tolentino Marques teve o habeas corpus negado pelo juiz Ali Mazloum, que citou como razões para mantê-lo em prisão preventiva as fortes evidências de seu envolvimento na organização criminosa, a necessidade de proteger testemunhas e garantir a investigação, e o risco de fuga.
O juiz Mazloum também observou a gravidade dos crimes envolvidos e a sofisticação da organização criminosa. Ele afirmou que o envolvimento de Luiz Antonio no esquema de tráfico, juntamente com as grandes quantias de dinheiro envolvidas e o escopo internacional da operação, representavam um risco concreto de reincidência e fuga.
Detalhes adicionais:
- A operação foi denominada “Prime” e foi realizada simultaneamente com a “Operação Sordidum”.
- No total, foram cumpridos 64 mandados de busca e apreensão e 25 mandados de prisão em 11 estados.
- A investigação identificou pelo menos mais três pessoas envolvidas no esquema de tráfico.
- O valor total dos bens apreendidos na operação foi estimado em R$ 100 milhões.