A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul deu mais um passo importante na desmantelagem de uma complexa organização criminosa especializada em aplicar golpes em empresas. Na terça-feira (12), o dono de um pesqueiro foi preso em flagrante por integrar a quadrilha que utilizava o nome de um supermercado como fachada para dar golpes milionários.
O homem entrou em contato com o entregador, mas ele já havia deixado o produto em um posto de combustíveis no Bairro São Jorge da Lagoa. O falso pagamento pela entrega foi feito via Pix, por Bruno Henrique Aristimunho Lima, estagiário preso no dia 30 de outubro por se passar por advogado e dar golpe em clientes.
O dono da metalúrgica, então, procurou a Polícia Civil, que conseguiu identificar os demais integrantes da organização criminosa. Entre eles, Alberto Brunet Garcez, o Beto, responsável pelo pagamento de freteiros; Laura Eunice Silva Feitosa, que passava os valores para Bruno pagar os entregadores; Wagner Baggio, o Rebite, que cooptava pessoas para participar do crime; e Demétrio Ribeiro de Amorim, suspeito de ser o responsável pela logística.
Também são acusados de participação Adeilson Franco de Barros, dono de um dos veículos usados no crime e responsável pela logística de contratação dos freteiros; um homem identificado apenas como Jaime, que também não teve a função revelada; assim como Edson. Os cinco primeiros já foram denunciados pelo MPMS na segunda-feira (11) pelo estelionato e por integrarem organização criminosa no caso da metalúrgica.
A investigação teve início após uma metalúrgica de Campo Grande registrar um boletim de ocorrência, relatando o furto de uma carga de tubos de aço avaliada em R$ 86 mil. Os criminosos utilizavam documentos falsos e pagamentos via Pix fraudados para ludibriar as vítimas.
A organização criminosa entrava em contato com as empresas, se passando por representantes de um supermercado, e solicitava a compra de grandes quantidades de produtos.
Os pagamentos eram feitos através de boletos ou Pix e a mercadoria era retirada por transportadores contratados pela quadrilha.
A organização criminosa era dividida em diversas funções, com membros responsáveis pela logística, pela falsificação de documentos e pelos pagamentos.
Além do dono do pesqueiro, outros membros da quadrilha já foram presos, incluindo o proprietário da Alemão Conveniência e da Maximus Chiparia, que comprou fécula de mandioca furtada pela organização.
O prejuízo causado pela quadrilha ainda está sendo calculado, mas estima-se que seja de milhões de reais.
Polícia Civil alerta para a necessidade de as empresas redobrarem a atenção ao realizar negócios, verificando a autenticidade dos documentos e dos pagamentos.
A investigação da Operação Miragem segue em andamento, e a polícia não descarta a possibilidade de novas prisões.