Cartão físico com as informações incorretas foi apreendido em uma operação da PF na residência do deputado federal Gutemberg Reis
O deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) possuía um cartão físico de vacinação contra a Covid-19 com o registro da segunda dose da vacina aplicada anteriormente à primeira, além de dados discrepantes entre os registros físicos e aqueles inseridos no sistema do Ministério da Saúde. As informações são da GloboNews.
Nesta terça-feira, 19, a Polícia Federal (PF) indiciou o parlamentar por inserção de dados falsos em sistema de informações públicas e associação criminosa. As informações fazem parte do relatório final do inquérito que investiga, além de Gutemberg, o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid e outras 14 pessoas.
A Polícia Federal descobriu o cartão com informações incorretas em diálogos entre Cláudia Helena Acosta, que trabalhava na prefeitura de Duque de Caxias, e Célia Serrano, que era funcionária da Secretaria Municipal de Saúde. A dupla foi indiciada pela PF.
Em mensagens datadas de 18 de novembro de 2022, Serrano envia a Cláudia Helena uma foto do cartão físico de vacinação de Gutemberg com o que a PF descreve como um “erro crasso”. Os investigadores destacam que:
“A data de aplicação da 2ª dose da vacina da fabricante Janssen é anterior à data inserida no documento como sendo de aplicação da 1ª dose da mesma fabricante”; e “é possível observar o registro do que seria uma terceira dose da fabricante Pfizer anotada fora do local adequado, de forma amadora.”
De acordo com a PF, ao inserir os dados do cartão físico no Sistema de Informação do Plano Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (SI-PNI), Cláudia Helena modificou a data da segunda dose para 15 de fevereiro de 2022, “para evitar inconsistências nos registros”.
Posteriormente, conforme consta no relatório, Serrano enviou a Cláudia Helena informações sobre mais duas doses que supostamente foram aplicadas em Gutemberg. A servidora, por sua vez, respondeu posteriormente com uma imagem dos registros das quatro doses no sistema oficial.
Os investigadores informaram que o cartão físico com as informações incorretas foi apreendido durante uma operação da PF na residência do deputado. Conforme registrado no relatório, “o cartão é precisamente o mesmo que foi enviado no dia 18/11/2022 por Celia Serrano a Cláudia Helena para inserção dos dados falsos.”
A defesa do deputado declarou que não irá se pronunciar até que se tenha acesso completo ao processo.