Com a ida para a cidade nordestina, Beira-Mar ficará ainda mais distante do Rio de Janeiro, para onde pediu transferência inúmeras vezes, alegando interesse em ficar próximo da família
Depois de passar quatro anos cumprindo pena em Campo Grande, na penitenciária federal de segurança máxima, Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, foi transferido nesta semana para a prisão mantida pelo Ministério da Justiça em Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Mas em razão do sigilo da operação, o destino ainda não havia sido confirmado. Nesta sexta-feira (12), a informação se consolidou.
Com a ida para a cidade nordestina, Beira-Mar ficará ainda mais distante do Rio de Janeiro, para onde pediu transferência inúmeras vezes, alegando interesse em ficar próximo da família. A distância aumenta em quase 500 quilômetros.
“A família havia acabado de chegar a Campo Grande para visitá-lo e foi pega de surpresa. Mossoró é muito mais difícil para visitar, mas é assim que funciona esse sistema”, comentou o advogado responsável pela execução penal do detento, Luiz Gustavo Bataglin.
O Judiciário e as autoridades da área de segurança entendem que mandar Beira-Mar para o estado onde ele é considerado chefe da maior facção criminosa atuante é um risco muito grande.
Condenado por crimes que vão de tráfico a assassinato, Luiz Fernando da Costa tem 56 anos e mais de 250 anos de condenações.
Permuta
Como parte do sistema de rodízios que o sistema prisional faz com os chefes do crime, Beira-Mar saiu de Campo Grande e, em uma espécie de permuta, outro nome de peso do mundo do crime veio para a cidade, Marcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, que veio da penitenciária de Catanduvas, no Paraná.
VP também é considerado um dos cabeças da grupo criminoso dominante no Rio de Janeiro. Ele tem 50 anos de pena a cumprir.