Justiça negou relaxamento da prisão, mas ex-dirigente continua mexendo seus pauzinhos nas federações
A tentativa de arrancar de vez Francisco Cezário e seu grupo da Federação de Futebol (FFMS) talvez aconteça um dia, mas hoje ele ainda tem sobrevida, mesmo vendo o sol nascer quadrado. A Justiça de Mato Grosso do Sul negou o pedido de liberdade provisória feito pela defesa jurídica do dirigente, afastado e preso sob a acusação de ter liderado um esquema que desviou mais de R$ 6 milhões da entidade.
Cezário, 77, é um dos mais longevos cartolas do futebol no País e em seus quase 27 anos de comando fez da FFMS um território particular, no qual empregou parentes e amigos, além de manter sob rígido e centralizado controle de tudo que envolvia o futebol no Estado, sobretudo o dinheiro. Ele e outros seis membros da Federação foram presos durante a Operação “Cartão Vermelho”, em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.
Mesmo afastado, Cezário ainda tem uma ponta de suporte na FFMS, É o presidente interino, o vice da Federação, Estevão Petralas, que já foi presidente do Operário. No último dia 28 Cezário não compareceu para prestar depoimento na sede do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O advogado de defesa, André Borges, disse que apresentou uma petição que resguarda o direito constitucional ao silêncio.
No entanto, a cúpula da CBF parece assistir o desenrolar dos fatos, provavelmente torcendo para que tudo acabe em pizza. Afinal, em quase três décadas de desmandos praticados sem pudor e diante das suspeitas da sociedade, a cartolagem age corporativamente e isso dá fôlego a Cezário. Tem gente garantindo que sair da cadeia é só uma questão de tempo.