Outros 4 cidadãos bolivianos foram presos na região de Pablo La Gerenza’i, a 300 km de MS e perto da Bolívia
Seis brasileiros e quatro bolivianos foram presos na madrugada desta sexta-feira (23) em uma operação conjunta entre a Polícia Nacional do Paraguai e o Ministério Público do país vizinho. A ação desarticulou uma base do narcotráfico em Pablo La Gerenza’i, no Chaco paraguaio, região próxima à fronteira com o Brasil e a Bolívia.
A base ficava a cerca de 300 km de Mato Grosso do Sul, em uma área isolada da fronteira, facilitando o tráfico de drogas entre os países. A pista clandestina, antes abandonada, estava em perfeitas condições, indicando a intensificação das atividades de tráfico na região.
Um avião com matrícula boliviana, utilizado para transportar drogas, foi apreendido no local. Armas de fogo, incluindo fuzis automáticos, foram encontradas em posse dos criminosos. Mais de 800 litros de combustível de avião, essencial para as operações de tráfico, foram confiscados.
O promotor Andrés Arriola, que liderou a operação, acredita que o avião pousou na base na noite anterior, possivelmente carregado com cocaína da Bolívia. A droga não foi encontrada no local, mas as autoridades continuam as investigações para identificar seu destino. Os brasileiros presos, com extensa ficha criminal, ainda não tiveram seus nomes divulgados.
“Estamos esperando um avião para levá-los a Asunción. O local fica a 10 horas de Filadélfia (cidade paraguaia), afirmou o promotor em entrevista à rádio ABC Cardinal.
A operação foi complexa devido à localização remota da base, exigindo uma caminhada de 15 km pela mata durante a madrugada. A presença de onças na região também representou um desafio para os agentes.
Informações da polícia e do Ministério Público indicam que a base era utilizada para o recebimento frequente de drogas, com um a dois aviões pousando diariamente nas últimas duas semanas.
Segundo a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), a região do Chaco é usada pelos traficantes para descarregar a cocaína trazida de avião da Bolívia. Em barracões instalados em áreas inóspitas, a droga é colocada em veículos e enviada por terra e de helicóptero para o Brasil e de navios para a Europa.