Autoridades e especialistas na área da saúde discutiram, durante audiência pública nesta quarta-feira (31), soluções para as principais demandas do serviço de saúde bucal disponibilizado pela rede pública. O debate foi proposto pelo vereador Prof. André Luis e convocado pela Mesa Diretora.
“A saúde é uma obrigação do Estado, e o papel desta Casa é ouvir a demanda da população e entender o que está acontecendo para produzirmos políticas públicas eficientes, em parceria com o Executivo, para que possamos suprir a demanda da comunidade. Nosso objetivo é trazer solução para os problemas”, disse o parlamentar.
Ele lembrou ainda que tem recebido denúncias sobre a fragilidade no atendimento odontológico nas unidades básicas de saúde de Campo Grande e o debate é importante para discutir a realidade na rede de saúde pública.
“Temos recebido muita demanda relacionada a problemas saúde, principalmente em relação a conservação das unidades e falta de material”, apontou.
Segundo a coordenadora da Rede de Atenção Odontológica da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Bruna Peró, apesar da pandemia, Campo Grande é a cidade brasileira com população superior a 900 mil habitantes com maior cobertura populacional.
“Em 2020, suspendemos os atendimentos eleitos. Tivemos que agir sem saber o que viria depois disso, foi assustador. Pensávamos em voltar em 15 dias, mas tudo fechou, e isso se estendeu por dois anos. Tivemos a suspensão de 60% dos locais de atendimentos de urgência”, apontou.
Apesar da covid-19, Campo Grande aumentou sua cobertura de saúde bucal: em dezembro de 2016, era 37% da população, índice que aumentou para 57% em dezembro de 2021.
“Hoje, são 34 unidades de atenção primária que ofertam atendimento em horário estendido. Além do horário convencional em todas as 73, 34 tem horário alternativo para que possam atender”, completou.
Segundo o vereador Dr. Victor Rocha, a preocupação dos vereadores é oferecer um atendimento rápido e de qualidade à população. Ele também já solicitou ao Executivo a aquisição das autoclaves para cada unidade de saúde
“Nossa preocupação é oferecer acesso a uma saúde pública de qualidade com resultado, e não poderia ser diferente com a saúde bucal. Uma boca saudável se reflete na saúde de todo o organismo. Antes do recesso, parlamentar apresentamos a questão da necessidade da aquisição das autoclaves para cada unidade de saúde. Também defendemos a ampliação do horário de atendimento pois o trabalhador não consegue atendimento após o expediente de trabalho, por isso minha sugestão de ampliação para o terceiro turno, para tratamento não só urgência e emergência”, lembrou.
Rede e falta de profissionais – Hoje, na atenção primária, a Sesau conta com 143 equipes de saúde bucal, distribuídas em 62 unidades de saúde da família. Há ainda 11 unidades básicas tradicionais, três policlínicas odontológicas, duas unidades móveis e uma unidade móvel de prevenção.
Na atenção especializada, a Sesau oferta cinco centros de especialidades odontológicas e um laboratório de prótese dentária. E, na urgência e emergência, seis unidades de pronto atendimento e quatro centros regionais de saúde.
Apesar disso, o presidente do Sindicato dos Odontologistas de Mato Grosso do Sul, David Chadid Warpechowski, frisou a necessidade de contratação de mais profissionais.
“Chegamos a ter 340, e agora 280. E alguns por ações judiciais. Há sim uma expansão, mas temos prejuízos em outros setores, como a redução do numero de profissionais. Há uma falta e isso é importante ser anotado. Temos déficit em setores de atendimento odontológico”, analisou.