Segundo o Gaeco, todos os depósitos feitos na conta do líder do grupo foram em dinheiro, característica da comercialização de droga
Em apenas dois meses, os investigados pela operação Snow depositaram mais de R$ 315 mil em dinheiro na conta de um das empresas do homem apontado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) como o chefe do esquema que corrompeu policiais para garantir o “frete seguro” das cargas ilegais.
Conforme a investigação, por mais de dois anos o homem identificado como Joesley da Rosa liderou em esquema sofisticado de tráfico de drogas em Mato Grosso do Sul.
Cargas milionárias de cocaína eram enviadas para fora do estado em caminhões preparados em transportadores que pertenciam ao grupo. Essas empresas, junto com distribuidoras de bebidas, eram usadas para mascarar o dinheiro do crime.
Foi através dos nomes dessas empresas usadas pelo grupo que a investigação conseguiu rastrear o poder financeiro dos traficantes.
Na conta de apenas um dos comércios registrados no nome de Joesley, a polícia constatou o depósito de R$ 315.626,00 em dinheiro dentro de um período de dois meses.
“Em prática incomum no comércio, mas bastante corriqueira no mundo do crime organizado, usada como forma de ocultar a origem do dinheiro, no caso proveniente do narcotráfico”, trecho retirado do relatório de investigação
No ano seguinte, 2022, foram identificados R$ 163.840,00 em depósitos na mesma conta em um período de três meses – de fevereiro a maio.
Para a polícia, essa movimentação toda em dinheiro era comum no mundo do crime e não passa de uma forma de ocultar a origem das valores e para evitar a polícia os criminosos faziam de tudo: revendiam os veículos entre si com frequência, passavam as empresas em nome de laranjas e até simulavam ser vítimas de crimes.